O ex-embaixador Celso Amorim criou a forma de tratamento “Nosso Guia” para se referir a Lula, ainda no primeiro mandato do homem. Mal comparando, seria como chamar o presidente de “Vossa reverendíssima”. Corta para 2023, e Amorim, que em Lula 3 dispõe de um cargo oficialmente bastante inferior àquele que desempenhou em Lula 1, segue, não obstante, no coração das articulações (e ambições) mundiais do presidente.
Amorim, que já se entrevistou, por exemplo, com Volodymyr Zelensky, esteve nesta terça (25) com Nikolai Patrusev, do Conselho de Segurança da Rússia. O encontro se deu na África do Sul em meio à reunião preparatória para o encontro dos chefes dos países dos BRICS, que acontece em um mês.
Lula busca protagonismo nas negociações por avanços pela paz na invasão da Ucrânia, e, para isso, vem divergindo do Ocidente e de diversos homólogos na América do Sul, como o chileno Gabriel Boric, evitando chamar a Rússia de país agressor. É necessário praticar um malabarismo dificílimo, e Celso Amorim está logo atrás — ou, talvez à frente — de seu guia.