Primeiro unicórnio brasileiro deste ano e o primeiro fundado por mulheres, a Pismo foi criada pelas duas irmãs e os sócios Ricardo Josua e Marcelo Parise. A transação de US$ 1 bilhão é a maior aquisição de uma startup brasileira desde que a 99 foi comprada pela chinesa Didi Chuxing, em 2018.
Fundada em 2016, a Pismo é uma plataforma em nuvem que oferece grande variedade de soluções em serviços bancários e pagamentos, permitindo que os clientes acessem apenas os itens de que têm necessidade, independentemente de sua origem geográfica ou da moeda que utilizam nas transações.
Quarteto fantástico
Daniela, que é irmã de Juliana, é casada com Marcelo e ex-colega de trabalho de Ricardo. Os quatro vieram do mercado financeiro tradicional e são nerds, claro, mas cada um no seu quadrado. Daniela está focada na estratégia e na arquitetura; Marcelo comanda os times de tecnologia; Ricardo é expert em sistemas de pagamento; e Juliana trabalha para aprimorar a user experience.
Segundo um investidor, os quatro criaram uma tecnologia sofisticada com capacidade de competir globalmente. Tanto que a Pisco tem operações na América Latina, na Ásia e na Europa e conta com clientes como Itaú, BTG, Nubank e B3, além de marketplaces e de outras fintechs. Com uma carteira de 82 milhões de contas, a empresa emite 40 milhões de cartões e processa mais de US$ 200 bilhões de transações por ano.
Insights
Antes da Pismo, eles tinham se aventurado em outra startup, a Conductor, que passou a se chamar Dock e opera no mesmo mercado da Pismo. A empresa nasceu em uma operação de call center que pertencia ao pai de Ricardo.
Depois de algum tempo, a TMG se juntou ao time e acabou vendendo sua participação para a outra empresa. Corria o ano de 2014 e Ricardo e Daniela decidiram sair.
Ela, então, passou dois anos nos Estados Unidos, examinando o mercado com lupa e avaliando as tecnologias que havia por lá. A ideia de criar uma processadora de pagamentos com tecnologia de ponta nasceu lá – e o nome da empresa foi emprestado da cidade californiana de Pismo Beach.
A empresa, que foi criada em 2016, passou por alguns percalços até se firmar nas pernas. Quase quebrou em 2019, quando os US$ 900 mil que eles levantaram três anos antes estava prestes a acabar. Daniela e Marcelo venderam o carro para continuar a operação.
Com o tempo, vieram rodadas de investimento mais robustas que injetaram fôlego na empresa. Romero Rodrigues, que está à frente do braço brasileiro da gestora global Headline, sócia da XP, foi um dos investidores.