O presidente francês, Emmanuel Macron, foi nesta quinta (16) às vias de fato para aprovar uma reforma previdenciária que eleva em dois anos, de 62 para 64, a idade mínima para o início do recebimento de aposentadoria; e em um ano de contribuição, de 42 para 43, o tempo necessário para o recebimento do valor cheio.
Ir às vias de fato significa aprovar a reforma sem submetê-la à Câmara. Há, evidentemente, uma previsão constitucional para isso, mas a tendência é Macron tornar-se ainda mais impopular com o ato. Segundo registrou a Folha de S.Paulo, a reforma previdenciária de 2023 é considerada “aceitável” por 23% da população francesa; em 2010, a aprovação era majoritária.
Diversas categorias profissionais vêm se mobilizando contra a reforma. Coletores deixaram de recolher o lixo pelo país, e há um contínuo de paralisações nos transportes.
Mesmo com Macron fazendo “bypass” nos deputados, há um rito a ser seguido, e a primeira-ministra do país, Elizabeth Borne, foi vaiada pelos colegas ao chegar ao parlamento na tarde desta quinta (16), Parlamentares mais à esquerda do espectro político preferiram cantar a Marselhesa, canto belicoso que se tornou o hino nacional francês para recepcionar Borne.