Luiz Marinho, ministro do Trabalho do governo Lula, quadro histórico do PT, parece tão feliz quanto pinto no lixo como titular da rediviva pasta do Trabalho, sepultada no período Bolsonaro-Posto Ipiranga. Aproveitando o discurso pró-trabalhador do presidente da República, ele vem expressando, dia sim, dia não, desagrado pela perda de direitos trabalhistas iniciada no governo Michel Temer.
Nesta terça (7), em reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, ele apresentou uma hipotética solução para a possível saída dos aplicativos de transporte do Brasil, como o Uber: a de que empresas de logística como os Correios assumam esse lugar.
“(…) empresas de logística, como é o caso dos Correios, podem pensar em ter um aplicativo para oferecer como alternativa e talvez uma alternativa melhor do que a que está existindo pelas atuais plataformas, que têm a visão do lucro necessário, a exploração da mão de obra necessária, o que uma empresa do caráter dos Correios talvez não fosse necessidade, simplesmente cobrir os custos estaria de bom tamanho”, disse o ministro, conforme registro da Folha de S.Paulo.
Marinho dava curso a um discurso em que se aventava a hipótese do Uber e empresas assemelhadas não “gostarem do processo de formalização” de sua mão-de-obra no Brasil e, numa reação radical, decidirem se retirar do país.
“Se for embora, problema da Uber. Mas não vai embora, porque o Brasil é o primeiro mercado no mundo”. O minstro fez, a seguir, a ressalva: “Mas ninguém quer que ninguém vá embora, muito pelo contrário.”
Marinho disse que é necessário achar caminhos para garantir proteção social para motoristas e entregadores à soldo de aplicativos: “Tem que ter controle para não ter excesso de jornada, porque isso facilita os acidentes.”