Meirelles ataca “gasto eleitoreiro disfarçado de social” de Bolsonaro

Ex-ministro da Fazenda de Michel Temer mostra seu lado na campanha eleitoral ao atacar empenho de “R$ 158 bi que o governo não sabe de onde virão”

Henrique Meirelles e Lula || Créditos: Divulgação/PT/Ricardo Stucker

O ex-ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles, foi, como se sabe, guindado à vida pública por Lula, que o convocou para presidir o Banco Central em 2003. Isso, contudo, não facultou ao goiano, que fez carreira modelar no Bank of Boston, criar grandes afinidades com o lulopetismo. Sua grande obra para Temer, o Teto de Gastos, vilependiado nos dois últimos anos por Bolsonaro, é igualnte mal vista nas hostes petistas.

Mas recentemente Meirelles deu passos em direção de Lula. Primeiro foi a decisão de posar para a foto que reuniu ex-candidatos a presidente com o capo petista, às vésperas do primeiro turno. Meirelles foi seguramente a figura mais celebrada da imagem. Nesta sexta (7), ele voltou ao ringue, produzindo longo fio em sua conta no Twitter para lastimar a farra fiscal “eleitoreira” de Jair Bolsonaro.

Por meio de onze postagens, ele disse que o governo fez o “terceiro anúncio de bondades com dinheiro público nos últimos dias”, o que chamou de “gasto eleitoreiro disfarçado de social por causa da campanha [à reeleição de Bolsonaro]”.

“Vamos aos fatos. O governo acelerou o gasto. Há cerca de R$ 158 bilhões que não se sabe de onde virão. No total, o rombo para 2023 pode ser de R$ 430 bilhões, de acordo com o @fgvibre (…) A perspectiva para 2023 é de crescimento quase zero e inflação ainda alta. Com estes gastos, pode ser pior. Não é um bom caminho para recuperar confiança”, escreveu.

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A nata dos economistas brasileiros, muitos deles responsáveis pela formulação do plano mais bem-sucedido de estabilização financeira da história do país, o Plano Real, manifestaram oficialmente apoio a Lula. Meirelles, outra autoridade de um setor que costuma ver os planos econômicos do PT como anátema, agora explicita ainda mais seu lado na eleição. Quando Paulo Guedes entrará em ação?