Há políticos que nas campanhas eleitorais preferem passar longe de debates e mesmo das chamadas sabatinas, quando, sozinhos, respondem a uma bateria de perguntas de diversos entrevistadores. Há outros, contudo, que veem nesses eventos uma maneira de conquistar o voto dos eleitores.
Nesta corrida eleitoral de 2022, uma persona parece estar a virar tendência: o candidato pistola.
Ciro Gomes, que foi entrevistado no Roda Viva, da TV Cultura, na segunda (15), teve alguns embates com os jornalistas convidados pelo programa e principalmente com a mediadora, Vera Magalhães, a quem criticou por agir com “hostilidade”.
“Para que isso, meu Deus? Me deixe terminar”, falou Ciro, a que Vera respondeu: “Candidato, eu preciso lhe interromper porque se não vira um discurso, e é uma entrevista.”
Pois bem, o comportamento pistola voltou nesta quarta (17), desta vez com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que concorre ao governo de São Paulo.
Haddad por diversas vezes retrucou informações ventiladas por seus entrevistadores na rádio CBN, um pool de jornalistas das Organizações Globo, à qual a CBN pertence. Vera Magalhães, curiosamente, também estava presente.
O ex-prefeito paulistano ainda criticou severamente o que chamou de “omissões” dos jornalistas ao fazerem-lhe inquirições.
Haddad ficou particularmente possesso com a informação de que iniciou poucos CEUs – escolas municipais com equipamentos esportivos –, replicando que deixou provisão orçamentária para isso. Também discutiu com o jornalista Raul Juste Lores, que disse não haver universidades federais ou estaduais em Santos.
O candidato citou a Unifesp, e Lores relativizou, considerando-na pequena e incapaz de impedir “fuga de cérebros” da cidade litorânea.