Apresentar passaporte vacinal para frequentar espetáculos, museus e restaurantes é algo que causa calafrios nos defensores da assim chama “liberdade” – o governo federal e seus seguidores. Se dependesse da União, a exigência, comum em estados e municípios, jamais passaria. Que dizer, então, da exigência de vacinação como pré-requisito para votar em 2 de outubro?
Bem, a ideia, que passou a discretamente aparecer na “minha mídia”, como chama Bolsonaro os sites de mau jornalismo que o apoiam, talvez já esteja em circulação justamente para colocar pressão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O voto é obrigatório e não há possibilidades legais para castrar o exercício desse direito/dever – até mesmo detenções são canceladas às vésperas do pleito.
O TSE terá novos presidentes rotativos em 2022. Luís Roberto Barroso passa o bastão para Luiz Edson Fachin, que rapidamente o repassa para Alexandre de Moraes – é o paulista que estará à frente do tribunal durante as eleições – e a artilharia contra eles recomeçou cedo.
Voltando de suas longas férias, Bolsonaro interrompeu na semana passada sua temporada de alguns dias sem atacar esses ministros do STF e mirou exatamente em Barroso e Moraes, a quem chamou “defensores do Lula”. “[Eles] querem o Lula presidente. Então nós sabemos o que acontece no Brasil. Agora, na mão grande isso não pode prosperar no Brasil”, mandou.