Escalado para mostrar os bíceps da Rússia na dura negociação com a Otan e com os Estados Unidos por conta da adesão da Ucrânia à organização europeia, o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov russo, engrossou a voz nesta sexta (10).
Ryabkov disse basicamente que a negativa da Otan à exigência russa de retirar seu vizinho ocidental – e também a Geórgia – dos braços da organização, acordo celebrado em 2008, pode ter implicações.
“Logo vamos entender se nossos colegas [da Otan] vão levar a sério o que estamos dizendo agora. Estamos os alertando para levar isso o que falamos da maneira mais séria possível”, disse, um tanto tautologicamente, conforme registro da agência russa Tass.
Basta, contudo, colocar em perspectiva a multidão de soldados russos alinhados na fronteira com a Ucrânia para o argumento algo circular tornar-se eloquente.
Os “colegas” da Otan reagiram, talvez mais rápido do que Ryabkov e seu chefe, Vladimir Putin, esperavam. O secretário-geral, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva em Bruxelas, afirmou que a Ucrânia deve “decidir seu próprio caminho, ninguém mais”. “E ela quer se tornar membro [da Otan].”
Stoltenberg ainda disse que a “Rússia deve “desescalar”, em referência ao aumento de tropas na fronteira com a Ucrânia.
“O que vemos agora é a Rússia tentando restabelecer sua esfera de influência para tentar controlar o que seus vizinhos podem fazer.”