A entrevista chapa-branquíssima que o jornalista Pedro Bial levou ao ar na terça (16) em seu programa global teve o condão de gerar repercussão. E não exatamente por conta das revelações do entrevistado, o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo de empresas que ele mesmo julgou Sergio Moro.
Moro foi Moro. Falou algumas vezes em “excusas” e só não usou a expressão “bobajada” porque não foi perguntado sobre a Vaza Jato, o escândalo que protagonizou ao travar conversas indiscretas, digamos, com a Turminha do Ministério Público Federal de Curitiba, conversas que lhe valeram as anulações, pelo STF, dos processos do ex-presidente Lula que Moro julgou na Lava Jato.
Em seu grande momento, ao ser perguntado se era candidato a presidente em 2022, Moro disse que aceitava “liderar um projeto”.
Depois, na hora em que Bial, com 8 mil senões, tentou perguntar se o então juiz de primeira instância Moro havia interferido na eleição de 2018 ao divulgar, às vésperas do primeiro turno da eleição de 2018, trecho da confissão de Antonio Palocci, o ex-ex-ex negou, e ficou por isso mesmo.
Por omissões como essa, a grande revelação da entrevista foi mesmo Bial, que muito justificadamente se tornou trend topic nesta quarta (17) no Twitter. No UOL, o articulista Chico Alves lembrou que o jornalista havia dito que precisaria de um polígrafo “para entrevistar Lula” e que talvez o aparelho estivesse quebrado com Moro.
Houve ainda gente que lembrou que, recentemente, ao divulgar um curso de escrita em que é professor, Bial revelou que o autor que ele considera o seu preferido é ele mesmo, Pedro Bial.