Sem a presença de Xi Jinping e de seu homólogo brasileiro, a Conferência das Partes, COP-26, começou nesta segunda (1º), em Glasgow, na Escócia. Ao contrário de há dois anos, em Madri, esta nova rodada do encontro de líderes pela mitigação da catástrofe climática estreia em clima de grande expectativa. O “fuzz” se deve à clara e iminente catástrofe global, agora consensual.
Como prólogo da COP, houve a publicação de um mesmo editorial em duas centenas de revistas científicas alertando para os problemas de saúde causadas pelo aquecimento global e a determinação de Joe Biden de assumir protagonismo no tema, tendo o presidente norte-americano convocado uma cúpula própria, ainda que virtual, para discutir a crise.
Nesta manhã de segunda-feira, em Glasgow, muvucas e filas enormes se formaram antes do início dos trabalhos. Já discursaram o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que disse que “as crianças que irão nos julgar ainda não nasceram”, mas “elas vão nos julgar com amargura e ressentimento, o que irá eclipsar qualquer ativista pelo clima hoje. E elas estarão certas”.
O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, foi enfático ao elencar os problemas causados pela inação dos líderes, como já havia feito em setembro, na abertura da Assembleia Geral da ONU. “Nosso planeta está mudando na nossa frente (…) o nível dos oceanos é o dobro do que era há 30 anos. Os oceanos estão mais quentes do que nunca — e seguem esquentando rapidamente”. E sobrou para a Amazônia. “Partes da floresta amazônica hoje emitem mais carbono do que absorvem”.