O jornal australiano The Sydney Morning Herald traz nesta segunda (23) novos capítulos do movimento de resistência à aquisição da produtora de salmão australiana Huon Aquaculture pela transnacional brasileira JBS por US$ 314 mi.
O negócio colocou a JBS num mercado ainda inédito, o de peixes.
Aceito pelos acionistas da Huon, o “deal” depende agora da análise do órgão de regulação australiano sobre investimentos estrangeiros, o FIRB, no acrônimo em inglês.
Incomodado com a operação, um dos sócios minoritários da Huon, Andrew Forrest, que também se tornou nos últimos anos uma voz ativa das causas animais, aumentou sua participação na empresa em movimento de defesa e fez chegar à imprensa australiana e aos reguladores os diversos problemas de governança por que passou a JBS no Brasil. Explicitou, por exemplo, o processo de corrupção ativa que teria beneficiado “1800 políticos” brasileiros recentemente.
Além disso, a empresa de investimentos de Forrest, a Tattarang, havia feito uma oferta no começo do ano pela Huan, que acabou por se revelar bem menos interessante que a viria depois, da JBS.
“Não vamos nos distrair pelo barulho externo”, disse o chairman da Huon, Neil Kearney, em sinalização bastante favorável à JBS, escreveu o jornal.
Forrest disse na sexta (20) que os reguladores do FIRB deveriam olhar “com lupa” o negócio, “considerando alguns fatos” relacionados à JBS.
O jornal informa que a JBS já fez aquisições no país, como a da produtora de presunto e bacon Primo Smallgoods, em 2015 – antes, contudo, do escândalo político brasileiro vir à tona.