O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que se reelegeu com a maior votação de todos os candidatos à reeleição de 2020, já demonstrou ser um político completamente distinto do figurino old school de boa parte de seus conterrâneos.
Como Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e objeto de balões de ensaio do próprio PSD para se tornar candidato a presidente da República pela sigla, que é discípulo ferrenho da famosa Teoria do Medalhão, em que o melhor a fazer é fugir das polêmicas e escudar-se no senso comum.
Kalil não amacia em nada suas declarações.
Sobra inclusive para ele mesmo.
Nesse sentido, ele é também diferente de João Doria, que, quando erra, usa o conceito-eufemismo “não tenho compromisso com o erro” para não pedir desculpas.
(Há quem prefira pedir “escusas”, um jeito ainda mais envergonhado de não pedir desculpas.)
Kalil liberou o acesso do público para o jogo do Atlético Mineiro contra o River Plate, na quarta-feira (18), e o que se viu foi uma cena de causar horror à comunidade científica: multidões aglomeradas e sem máscara.
Na quinta (19), ele, logo cedo, disse: “O prefeito, burro que é, aceitou que eles [torcedores] iam cumprir”.
Kalil disse ainda que a reabertura do futebol para os torcedores da cidade, algo que não acontece em Minas desde o pré-cambriano, “não passou no teste”.
O segundo teste é nesta sexta (20), em jogo do outro grande time de Minas Gerais, o Cruzeiro. Kalil incumbiu o secretário de Saúde do município, Jackson Machado, de fazer com que a experiência de quarta-feira fique no passado.
O aparato de fiscalização do jogo do Cruzeiro é digno de partidas para 60 mil pessoas, cinco vezes mais do que a lotação máxima desta noite. “Burro” pagou pra ver.