
A Meta, gigante da tecnologia liderada por Mark Zuckerberg, está no centro de um julgamento que pode alterar profundamente o cenário das redes sociais. A partir desta segunda-feira (14), autoridades americanas iniciam uma disputa judicial que pode obrigar a empresa a vender o Instagram e o WhatsApp, plataformas adquiridas em 2012 e 2014.
Acusações de monopólio sob os holofotes
A ação foi movida pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC). O órgão acusa a Meta de ter comprado essas redes com o objetivo de eliminar a concorrência direta do Facebook, criando um ambiente monopolizado. Segundo a FTC, as aquisições teriam sido estratégias calculadas para evitar o crescimento de rivais.
Mesmo tendo aprovado as compras no passado, a comissão afirma agora que o impacto no mercado foi nocivo. Com base em novos documentos e e-mails internos, a FTC aponta que Zuckerberg preferiu comprar os concorrentes a competir com eles, numa prática considerada anticoncorrencial.
O que pode acontecer com a Meta
Caso a Justiça aceite os argumentos da comissão, a Meta poderá ser forçada a vender o Instagram e o WhatsApp, desfazendo negócios fechados há mais de uma década. O impacto dessa decisão seria profundo não apenas para a empresa, mas para toda a estrutura da internet atual.
A Meta nega as acusações. A empresa afirma que as fusões ajudaram as plataformas a crescer, garantindo melhores experiências para os usuários. “Vamos mostrar que as redes competem entre si e com outras do mercado atual, como TikTok, YouTube e X”, disse um porta-voz.
Bastidores políticos aumentam a tensão
O caso ganhou contornos políticos. Durante seu mandato, o ex-presidente Donald Trump teria sofrido pressão direta de Zuckerberg para abandonar o processo. Mais recentemente, mudanças internas na FTC, com demissões de comissários que se opunham à Meta, geraram acusações de interferência.
Ainda assim, a nova presidência do órgão promete manter independência e foco nas regras antitruste. O atual chefe da comissão garantiu que obedecerá à lei, mesmo diante de pressões políticas.
Provas podem pesar contra Zuckerberg
Entre os elementos mais sensíveis do caso estão os e-mails internos trocados por Zuckerberg. Em uma das mensagens, ele teria dito que “é melhor comprar do que competir”, frase que pode ser interpretada como confissão de intenção monopolista. Especialistas acreditam que isso pode fortalecer o caso da acusação.
A expectativa é que tanto Zuckerberg quanto a ex-diretora de operações, Sheryl Sandberg, sejam convocados para testemunhar.
Mesmo que o processo não obrigue a venda imediata dos aplicativos, o julgamento pode abrir precedentes. Outras big techs como Google e Amazon também estão sob investigação. A tendência é que esse tipo de ação se torne mais comum, à medida que governos tentam frear a concentração de poder nas mãos de poucas empresas.