
O Senado Federal se prepara para votar um projeto de lei que pode mudar a forma como o Brasil responde a barreiras comerciais impostas por outros países. A proposta prevê a criação da Lei da Reciprocidade Econômica, permitindo que o país aplique medidas de retaliação contra nações que prejudiquem suas exportações.
A iniciativa surge em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos, que recentemente elevaram para 25% as tarifas de importação sobre aço e alumínio brasileiros. O projeto pode dar ao Brasil novas ferramentas para reagir a esse e outros desafios no comércio exterior.
Retaliação econômica em pauta
O texto do projeto determina que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) será responsável por definir as contramedidas adotadas pelo Brasil. Esse órgão, vinculado à Presidência da República, tem a função de coordenar o comércio exterior e já atuou para reduzir impostos de importação em outros momentos.
Entre as possíveis sanções que o Brasil poderá aplicar estão:
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Taxação adicional sobre bens ou serviços importados de países que impõem barreiras ao Brasil
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Suspensão de concessões de patentes ou restrição na remessa de royalties para empresas estrangeiras
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Revisão de acordos comerciais, cancelando vantagens concedidas unilateralmente a outras nações
A senadora Tereza Cristina (PP-MS), relatora do projeto, afirmou que a medida busca evitar que países estrangeiros imponham restrições ao Brasil sem enfrentar consequências.
Impacto nas relações comerciais
Caso aprovado, o projeto pode representar uma mudança significativa na política comercial brasileira. Atualmente, o Brasil depende de negociações diplomáticas e das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar barreiras comerciais impostas por outros países.
Com a nova lei, o Brasil poderá adotar medidas imediatas para revidar sanções econômicas. Isso pode afetar diretamente o relacionamento com parceiros comerciais estratégicos, como Estados Unidos, União Europeia e China.
A senadora Tereza Cristina destacou que, diante da paralisação da OMC em algumas decisões, é fundamental que o Brasil tenha mecanismos próprios para defender seus interesses.
O projeto tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e pode avançar sem necessidade de passar pelo plenário. Caso seja aprovado e não haja recursos, ele seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados.