
Na última segunda-feira, 31 de março, a moeda americana apresentou uma queda de 0,94%, sendo cotada a R$ 5,7057. O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou o dia com uma desvalorização de 1,25%, atingindo 130.260 pontos.
No início de abril, especificamente nesta terça-feira, 1º, o dólar reverteu sua tendência e passou a ser negociado a R$ 5,68. O movimento do mercado é impulsionado por novos indicadores econômicos e dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, os investidores aguardam esclarecimentos sobre as tarifas que serão implementadas pelo presidente Donald Trump.
Os dados divulgados hoje indicam que a indústria americana enfrentou um recuo em março, após dois meses de crescimento. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor industrial caiu de 50,3 para 49,0, conforme informações do Instituto para Gestão da Oferta (ISM).
Além disso, o relatório Jolts revelou uma redução nas vagas de emprego disponíveis nos EUA em fevereiro. A queda foi atribuída à incerteza econômica provocada pelas tarifas sobre importações, o que diminuiu a demanda por mão de obra. O Departamento do Trabalho registrou uma diminuição no número de vagas abertas, que passaram de 7,762 milhões em janeiro para 7,568 milhões no final de fevereiro.
Os investidores se mostram cautelosos enquanto aguardam uma explicação detalhada por parte de Trump sobre como funcionarão as “tarifas recíprocas” que serão aplicadas a partir desta quarta-feira. O presidente designou essa data como o “Dia da Libertação”, afirmando que será um marco na liberação dos EUA de produtos estrangeiros.
A imposição dessas tarifas é uma das principais promessas da campanha republicana. Desde o início de seu mandato, Trump já instituiu tarifas sobre parceiros comerciais significativos como México e Canadá e manifestou a intenção de aplicar taxas sobre produtos específicos como aço e automóveis.
Um receio predominante entre os analistas é que essa política tarifária possa dar início a uma guerra comercial global, resultando em represálias por parte de outros países.
No Brasil, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou um projeto que permite ao governo retaliar países ou blocos que imponham barreiras comerciais aos produtos brasileiros.
As tarifas mais elevadas tendem a encarecer produtos e serviços dependentes de insumos importados. Isso pode provocar um aumento na inflação e impactar negativamente o consumo no país. Há uma crescente preocupação com a possibilidade dos EUA enfrentarem uma desaceleração econômica ou até mesmo uma recessão.
Um resumo do desempenho dos mercados nesta terça-feira é apresentado abaixo:
💲 Dólar
Às 14h09, o dólar apresentava uma leve queda de 0,33%, sendo cotado a R$ 5,6867. Na segunda-feira anterior, ele havia fechado em R$ 5,7052, acumulando ao longo da semana uma desvalorização total de 0,94% e perdas mensais e anuais significativas.
📈 Ibovespa
Simultaneamente, o Ibovespa apresentava uma alta de 0,98%, alcançando 131.535 pontos após registrar baixa na segunda-feira. Apesar da queda semanal e mensal recente, o índice acumulou ganhos consideráveis no ano.
O clima nos mercados continua tenso devido às incertezas relacionadas às tarifas anunciadas por Trump. As expectativas globais são altas quanto à implementação dessas taxas e suas possíveis consequências econômicas.
O presidente Trump já havia sinalizado anteriormente que as tarifas poderiam afetar entre 10 e 15 países com os quais os EUA mantêm desequilíbrios tarifários significativos. No entanto, ele afirmou que as tarifas começarão valendo para todos os países envolvidos nas discussões comerciais.
A resposta da União Europeia também se intensifica à medida que as autoridades se preparam para contrabalançar as medidas americanas. Ursula von der Leyen expressou a necessidade de um plano robusto para enfrentar essas tarifas impostas pelos EUA.
A presidente do Banco Central Europeu alertou que essa guerra comercial pode ter efeitos negativos profundos na economia europeia.