
A Polícia Federal (PF) encontrou um áudio comprometedor que faz parte das provas reunidas contra os investigados pela trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na gravação, o policial federal Wladimir Soares afirma a colegas que o grupo já “estava com Moraes na mira para atirar”.
O material foi localizado durante a operação Contragolpe, que investiga um plano de eliminação de autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin. O conteúdo do áudio ainda está sob sigilo judicial, mas fontes ligadas à investigação revelaram que Soares também menciona qual armamento seria utilizado para o ataque.
Infiltração e repasse de informações
Wladimir Soares foi preso em novembro do ano passado por suspeita de se infiltrar na segurança de Lula enquanto ele ainda era presidente eleito. De acordo com a PF, o agente teria repassado informações estratégicas ao grupo conspirador. Ele fazia parte de um núcleo de cinco pessoas que planejavam assassinatos políticos.
A prisão do policial foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a análise de documentos e áudios apreendidos com Sérgio Rocha Cordeiro, um capitão da reserva do Exército que atuou como assessor especial do Gabinete Pessoal da Presidência da República. O relatório da PF aponta que Soares detalhou o esquema de segurança de Lula, contribuindo para a elaboração do plano criminoso.
Vigilância na porta de Moraes
Os indícios levantados pela PF mostram que o grupo estava preparado para agir diretamente contra Alexandre de Moraes. Segundo a investigação, militares das Forças Especiais do Exército ficaram de prontidão em frente ao prédio onde o ministro morava, na Asa Sul de Brasília. O plano era atacar no momento certo, impedindo qualquer reação das forças de segurança.
O relatório detalha que a conspiração envolvia táticas militares sofisticadas, com monitoramento da rotina das autoridades e definições estratégicas sobre o momento ideal para o ataque. A expectativa da PF é que, com a análise completa dos áudios, novos detalhes sejam revelados e outros envolvidos possam ser identificados.