“Não tem motivo para prisão”, afirma Bolsonaro ao rebater investigação da PF

Jair Bolsonaro || Crédito: Marcos Corrêa/PR

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro gerou forte reação do ex-mandatário. Em entrevista à rádio CBN Recife nesta segunda-feira (24), ele afirmou que “não tem motivo” para ser preso e que uma eventual detenção seria “mais uma arbitrariedade”.

Bolsonaro nega risco de prisão e descarta fuga

Bolsonaro aproveitou a entrevista para rebater as investigações da Polícia Federal (PF). Ele disse que não teme ser preso e criticou quem especula sobre uma possível tentativa de fuga.

Não tem motivo para prisão minha. Mais uma arbitrariedade, não tem motivo. Esperar a prisão de jeito nenhum. Alguns dizem até que eu estou pensando em fugir, ora, eu estive nos Estados Unidos durante três meses, podia ter ficado lá, tinha oferta para trabalhar por lá. E vim pra cá, enfrentar isso aqui e buscar realmente meu espaço político para 26″, declarou o ex-presidente.

Ele também afirmou que sua ausência nas eleições de 2026 seria uma “negação da democracia”.

Novos áudios reforçam investigação sobre suposto golpe

A reação de Bolsonaro ocorre no mesmo momento em que a Polícia Federal divulgou áudios que fazem parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe. Em um dos diálogos revelados, militares discutem a existência de um decreto golpista e mencionam que Bolsonaro teria desistido de assiná-lo por medo de ser preso.

Na conversa, um dos coronéis afirma que o ex-presidente “só assinaria o decreto se tivesse apoio das Forças Armadas”, o que não ocorreu. Para a PF, essa gravação é mais uma evidência da trama investigada.

Denúncia no STF e próximos passos

A PGR denunciou Bolsonaro e outros 33 investigados por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado contra o patrimônio da União. O caso agora será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Moraes concedeu um prazo de 15 dias para que as defesas dos acusados apresentem suas manifestações. Depois disso, ele decidirá se aceita a denúncia e leva o caso a julgamento na Primeira Turma do STF.

Se a denúncia for aceita, Bolsonaro e os demais investigados se tornarão réus e responderão a um processo criminal.