Verão não combina com alguns procedimentos estéticos: saiba o que não deve ser feito

Os riscos incluem manchas na pele, piora do melasma e queimaduras. Algumas tecnologias agem profundamente, preservando a superfície da pele e podem ser feitas no verão

Dr. Abdo Salomão

Nem todos tratamentos estéticos podem ser feitos no verão porque alguns são fotossensibilizantes, ou seja, podem deixar a pele mais sensível ao sol. “Então, como no verão o índice de radiação e a temperatura são muito altos, alguns tratamentos que deixam a pele mais sensível ao sol não são recomendados. Os riscos incluem manchas na pele, piora do melasma e queimaduras”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Dentre os principais tratamentos que não são recomendados está o peeling químico. “Os peelings químicos não devem ser feitos, porque, na sua grande maioria, eles são feitos por ácidos que ‘descamam’ as camadas mais superficiais da pele na expectativa de vir uma camada por baixo com menos imperfeições. Só que todos esses ácidos são fotossensibilizantes”, completa o médico.

O dermatologista explica que, além de fotossensibilizantes, os peelings químicos deixam a pele extremamente sensível e descamativa. “Eles criam um processo inflamatório superficial, deixando a pele avermelhada. E quando a pele, por algum motivo, está sensibilizada e inflamada, a chance de manchar é muito maior em uma exposição solar. Então o verão não é o período ideal para esse tratamento”, diz o médico. O uso domiciliar de ácidos e retinóides também não é recomendado, segundo o médico.

Tecnologias como plasma ou laser de CO2 ablativo não devem ser utilizadas no verão porque possuem ação superficial, epidérmica. “Eles criam um processo inflamatório intenso que pode piorar o melasma ou pode pigmentar e até causar cicatrizes”, comenta o Dr. Abdo.

No entanto, muitos procedimentos ainda podem ser feitos. A clássica toxina botulínica é um exemplo: “O risco é zero com a toxina botulínica. Primeiro porque a aplicação não é na pele, é no músculo. Segundo que não traz fotossensibilidade. A aplicação da toxina botulínica em nada sensibiliza a pele à radiação ultravioleta”, diz o especialista. “Aplicações de preenchedores de ácido hialurônico também podem ser feitas, porque a substância não tem nenhum efeito fotossensibilizante. Ele apenas dá volume a alguns pontos da pele. Ele pode ser aplicado na pele onde preenche sulcos, cicatrizes ou melhora a hidratação. E ele pode ser aplicado embaixo da pele onde dá volume. Em ambas as situações ele não é fotossensibilizante, então ele pode ser usado”, explica o médico.

O dermatologista explica que outro tratamento permitido no verão é o ultrassom microfocado Atria. “Essa tecnologia de ultrassom microfocado de 4ª geração tem a propriedade de tratar camadas profundas da pele passando frio pela superfície. Dessa forma, ele não causa nenhum tipo de processo inflamatório na superfície, não é sensibilizante, não mancha e pode ser utilizado inclusive na pele bronzeada. Inclusive, existem cartuchos específicos para gordura localizada. Portanto, o Atria e outros ultrassom microfocados, eles são permitidos nessa época do ano”, diz o médico.

 O laser de CO2 híbrido, na configuração de laser frio, pode ser usado, segundo o médico. “A verdade é que as tecnologias evoluíram muito nos últimos anos para atender a demanda de alta eficácia sem tirar o paciente de suas atividades diárias. Hoje, ninguém tem tempo para ficar em casa, afastado do trabalho e do sol, depois de um tratamento de pele. Por isso, tecnologias como o laser frio Hybrid Co2 estão em alta”, explica o dermatologista. “Esse tipo de laser tem um tempo de exposição, ou seja, um período de permanência na pele, muito curto. É tão rápido que não transfere calor. Por isso ele é considerado um laser frio”, acrescenta o médico. “Na configuração de laser frio, o Hybrid consegue rejuvenescer a pele sem afastar o paciente das atividades diárias. Ao mesmo tempo, é especialmente indicado para tratar peles com melasma e com tendência a desenvolver manchas. Em peles de fototipos mais altos, há um maior risco de aparecimento de manchas após o uso de lasers que transferem calor. Esse aquecimento tende a irritar os melanócitos, células produtoras de melanina, o que pode causar o que chamamos no meio médico de hiperpigmentação pós-inflamatória. Ou seja, o laser de aquecimento causa uma inflamação térmica que resulta nesse efeito colateral. Mas com o laser frio Hybrid Co2, que é atérmico, não há esse risco”, explica o dermatologista.

Por fim, o médico argumenta que, com a indicação correta, muitos tratamentos podem beneficiar pacientes que desejam rejuvenescer a pele no período do verão.

FONTE: *DR. ABDO SALOMÃO JR: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coréia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior. Instagram: @drabdosalomao

Esse texto foi produzido pela Holding Comunicações, assessoria de imprensa especializada em saúde, beleza e bem-estar com 30 anos de experiência no setor.