Já imaginou sofrer com dores constantes e intensas que impedem a realização das atividades mais rotineiras, como trabalhar? Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, essa é a realidade de cerca de 3% dos brasileiros, especialmente mulheres entre 30 e 50 anos, que convivem com a fibromialgia.
“A fibromialgia é uma doença crônica, sem causa conhecida, caracterizada principalmente por uma sensação de dor generalizada no corpo, na qual, muitas vezes, o paciente não consegue apontar a origem. Além disso, provoca maior sensibilidade ao toque e pode ser acompanhada de outros sintomas, como fadiga e alterações no sono, que deixa de ser reparador”, explica o Dr. Fernando Jorge, médico ortopedista, especialista em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP).
Devido às dores e ao cansaço, pacientes com fibromialgia sofrem prejuízos severos na qualidade de vida, incluindo alterações na memória e na concentração, o que afeta tarefas diárias e o desempenho profissional. “A doença também interfere no convívio social e nos relacionamentos. Além disso, a incerteza e a vulnerabilidade associadas à fibromialgia, somadas à incapacitação, podem favorecer quadros de ansiedade e depressão. Estima-se que cerca de 50% dos pacientes com fibromialgia apresentam sintomas depressivos. O problema é que a depressão pode agravar a sensibilidade à dor, criando um ciclo vicioso”, alerta o especialista.
Outro desafio enfrentado pelos pacientes é a descrença em relação à doença, inclusive entre profissionais da saúde, o que prejudica o diagnóstico e a saúde psicológica. “Na fibromialgia, não há lesões, inflamações ou degenerações visíveis nos tecidos. O que ocorre é uma amplificação dos impulsos dolorosos. Não existem exames específicos para comprovar a alteração, e as reações do paciente podem ser muito diferentes das de quadros de dor aguda. Pesquisas que analisam o cérebro de pacientes com fibromialgia comprovam, porém, que a dor sentida é real”, detalha o médico.
Devido a essa descrença, muitos pacientes passam por diversos médicos antes de receber o diagnóstico correto. “O diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico, baseado nos sintomas e no histórico do paciente. O médico pode solicitar exames para excluir outras doenças com características semelhantes”, pontua o Dr. Fernando Jorge. Ele ressalta que, embora a fibromialgia não tenha cura, a doença pode ser controlada, o que torna o diagnóstico fundamental para melhorar a qualidade de vida.
Entre as estratégias de controle da doença, o médico destaca a prática de atividade física como principal aliada. “A atividade física comprovadamente melhora os sintomas da fibromialgia e a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, deve ser realizada com orientação profissional”, afirma. Além disso, o uso de medicamentos, como antidepressivos e neuromoduladores, pode ser indicado para atuar sobre os neurotransmissores envolvidos na regulação da dor. “Mais importante do que os medicamentos é o cuidado com o estilo de vida. Terapias integrativas, como fisioterapia e terapia cognitivo-comportamental, também são recomendadas”, complementa.
Por fim, o Dr. Fernando Jorge enfatiza que a fibromialgia não é uma doença progressiva. “Embora não cause danos estruturais nas articulações, ela pode dificultar a realização de tarefas diárias devido às dores. Mas é importante reforçar que não é uma condição fatal”, explica. “Apesar de não ter cura, em muitos casos, os sintomas podem retroceder quase totalmente. Contudo, novos episódios podem ocorrer, dependendo de gatilhos físicos e emocionais”, finaliza.
Fonte: Dr. Fernando Jorge Médico ortopedista e especialista em diversas áreas relacionadas à dor e medicina regenerativa. Saiba mais no Instagram @dr.fernandojorge.Produzido por: Holding Comunicações Assessoria de imprensa com 30 anos de experiência no setor de saúde, beleza e bem-estar.