Câncer de pâncreas: diagnóstico e desafios
O câncer de pâncreas é conhecido por seu diagnóstico tardio e prognóstico desafiador. Segundo o oncologista Dr. Ramon Andrade de Mello, pós-doutor pela Universidade de Oxford, a doença se caracteriza por uma replicação desordenada de células no pâncreas, que pode levar à formação de tumores e metástases.
“Os sintomas incluem dor abdominal, perda de peso, icterícia (pele e olhos amarelados) e vômitos. No entanto, por sua evolução silenciosa, o diagnóstico precoce é raro”, explica o especialista. Entre os fatores de risco estão obesidade, tabagismo e pancreatite crônica.
O diagnóstico é geralmente feito por meio de tomografia computadorizada ou ressonância magnética, e confirmado pela biópsia realizada via colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). O tratamento depende do estágio da doença, podendo incluir cirurgia, quimioterapia ou ambas.
“Nos casos operáveis, a chance de sobrevivência é maior. No entanto, em casos metastáticos, a sobrevida média varia de 6 a 11 meses, mesmo com tratamento”, alerta o Dr. Ramon Andrade de Mello.
Trombose: risco hospitalar e prevenção
A trombose, identificada como outro fator no falecimento de Léo Batista, é um problema frequente em pacientes internados e pode levar a complicações graves, como embolia pulmonar.
“Trata-se da formação de um coágulo sanguíneo nas veias, que pode causar inflamação e, ao se desprender, obstruir os pulmões. É a principal causa evitável de mortes hospitalares”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, especialista em flebologia pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Os principais fatores de risco incluem imobilidade prolongada, câncer, quimioterapia e idade acima de 55 anos. Os sintomas mais comuns são dor, inchaço, vermelhidão e calor nas pernas.
Para prevenir a trombose, a Dra. Aline destaca a importância de medidas como movimentação regular, uso de meias de compressão em pacientes de risco e monitoramento constante durante internações prolongadas.
Impacto e legado
A morte de Léo Batista reforça a necessidade de conscientização sobre condições graves como o câncer de pâncreas e a trombose. Ambos são exemplos de doenças que demandam diagnóstico precoce e manejo cuidadoso para reduzir riscos e complicações.
Fontes:
DR. RAMON ANDRADE DE MELLO: Médico clínico-geral, com Pós-Doutorado clínico no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Londres, Inglaterra), residência em Medicina Interna (clínica médica) no Hospital São João, da Universidade do Porto (Portugal), Doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela mesma faculdade e MBA executivo em administração de clínicas, hospitais e indústrias da saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), São Paulo. É pesquisador e professor de Clínica Médica da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), de São Paulo; pesquisador honorário da Universidade de Oxford e vice-líder do programa de Mestrado em Oncologia da Universidade de Buckingham, ambas da Inglaterra. É membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP. Instagram: @dr.ramondemello
DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018) e pós-graduação em Medicina Integrativa e Longevidade saudável. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557. Instagram: @alinelamaita.vascular