O Banco Central revelou nesta segunda-feira (30) que o setor público consolidado encerrou novembro com um déficit primário de R$ 6,6 bilhões. Esse resultado abrange o desempenho financeiro do governo federal, estados, municípios e empresas estatais.
Embora o número represente uma melhoria em relação ao saldo negativo de R$ 37,3 bilhões registrado no mesmo mês de 2023, o rombo ainda preocupa. O déficit primário ocorre quando as despesas superam as receitas, excluindo os juros da dívida pública.
Acumulado do ano expõe desafio
Entre janeiro e novembro de 2024, as contas públicas acumularam um déficit de R$ 63,3 bilhões, o que equivale a 0,59% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar de ser um avanço em relação ao saldo negativo de R$ 119,5 bilhões no mesmo período de 2023, os números mostram que o equilíbrio fiscal ainda está distante.
O governo federal foi o principal responsável pelo saldo negativo no acumulado do ano, com um rombo de R$ 72 bilhões. Esse valor coloca em xeque a meta fiscal que busca zerar o déficit em 2024, mesmo considerando o intervalo de tolerância previsto no novo arcabouço fiscal.
Gastos públicos e medidas necessárias
Economistas apontam que a persistência de déficits está relacionada ao aumento de gastos públicos, incluindo despesas extraordinárias para enfrentar enchentes e incêndios em diferentes regiões do país. Essas demandas, embora necessárias, pressionam ainda mais o orçamento e dificultam o alcance das metas fiscais.
O Congresso Nacional aprovou recentemente um pacote de cortes de gastos, mas os impactos dessas medidas ainda são considerados tímidos. Para os analistas, será preciso um esforço maior na contenção de despesas e no aumento da arrecadação para reverter o cenário atual.