Dólar dispara e ultrapassa R$ 6,19 mesmo após leilão do Banco Central

Dólar opera em alta e Ibovespa oscila sob efeito das contas públicas
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A cotação do dólar voltou a subir nesta quinta-feira (26), alcançando R$ 6,1917, mesmo após mais uma tentativa do Banco Central (BC) de frear o avanço da moeda norte-americana. O BC realizou um leilão à vista, ofertando US$ 3 bilhões, mas a medida não foi suficiente para conter a valorização.

Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou leve queda de 0,06%, encerrando a sessão em 120.696 pontos. A volatilidade permanece como marca registrada dos últimos dias no mercado financeiro.

Cenário internacional impacta decisões

As movimentações nos mercados internacionais têm sido um dos principais fatores que influenciam os índices brasileiros. Na China, o governo anunciou um plano de estímulo fiscal que inclui a emissão de 3 trilhões de iuanes em títulos públicos, o maior volume já registrado. A medida busca impulsionar a economia do país, mas os desdobramentos ainda são incertos.

Já no Japão, a previsão é de que a produção econômica atinja sua capacidade total no próximo ano fiscal, algo inédito nos últimos sete anos. Esse otimismo contrasta com o clima de cautela em outras economias globais, que seguem lidando com desafios inflacionários e desacelerações.

Perspectivas domésticas

No Brasil, as preocupações fiscais continuam em destaque. As recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre ajustes no salário mínimo, que deve subir para R$ 1.518 em 2025, geram discussões sobre o impacto dessas mudanças no orçamento público. Além disso, o pacote de cortes de gastos aprovado no Congresso enfrenta críticas pela insuficiência em controlar o déficit fiscal.

O Banco Central, por sua vez, segue utilizando leilões cambiais como ferramenta para aumentar a oferta de dólares no mercado. No entanto, os agentes financeiros têm questionado a eficácia dessas intervenções diante de um cenário global de incertezas e tensões econômicas internas.