O mercado financeiro revisou suas projeções e aumentou as expectativas para a inflação em 2024 e 2025, de acordo com o Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central. O documento, que reúne previsões de mais de 100 instituições financeiras, trouxe um cenário desafiador para a economia brasileira.
Inflação acima da meta
Para 2024, a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,89% para 4,91%, ultrapassando o teto da meta de 4,5%. Em 2025, o cenário é semelhante, com estimativa passando de 4,60% para 4,84%. Essas projeções refletem o impacto de fatores como aumento de gastos públicos e pressão sobre os preços.
O Banco Central trabalha com uma meta de inflação de 3% a partir de 2025, mas o alcance dessa meta depende de medidas rigorosas, incluindo ajustes na taxa de juros.
Juros mais altos pela frente
A taxa básica de juros, a Selic, também sofreu ajustes nas previsões. Economistas projetam que a Selic chegará a 14,75% em 2025, caso a inflação continue pressionando. Para 2026, a taxa deve permanecer em 11,75%, o que mantém os juros elevados no médio prazo.
Esses números indicam que o Banco Central continuará atuando de forma cautelosa para conter a inflação e estabilizar a economia.
PIB e outros indicadores
Por outro lado, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) trazem notícias positivas. A estimativa para o crescimento econômico em 2024 subiu de 3,42% para 3,49%, impulsionada por resultados acima do esperado no terceiro trimestre deste ano.
Já o dólar segue uma tendência de alta, com previsão de encerrar 2024 em R$ 6,00 e 2025 em R$ 5,90. Enquanto isso, a balança comercial enfrenta uma leve redução no superávit esperado, reforçando a necessidade de ajustes na política econômica.