A Selic, taxa básica de juros do Brasil, desempenha um papel crucial na política monetária do Banco Central. Criada para controlar a inflação, essa ferramenta influencia diretamente os custos de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras, impactando o dia a dia de milhões de brasileiros.
Como a Selic combate a inflação
Quando a inflação começa a subir, geralmente devido ao aumento da circulação de dinheiro e da demanda por bens e serviços, o Banco Central eleva a Selic. Essa medida torna o crédito mais caro, reduz o consumo e, consequentemente, alivia a pressão sobre os preços.
Ao encarecer operações financeiras, como empréstimos e financiamentos, a Selic também incentiva a poupança. Com juros mais altos, investidores preferem guardar dinheiro em vez de gastá-lo, o que ajuda a reduzir a demanda geral na economia.
A Selic no mercado financeiro
Além de regular o consumo, a Selic serve como referência para praticamente todas as operações de crédito no país. Bancos utilizam a taxa para calcular os juros cobrados em financiamentos e para determinar a rentabilidade de aplicações financeiras.
“Quando a Selic sobe, fica mais caro tomar crédito, e isso desestimula tanto o consumo quanto os investimentos”, explica Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central. Segundo ele, essa estratégia, apesar de eficaz, é considerada um “remédio amargo” por afetar diretamente o orçamento das famílias.
Por que os juros continuam altos no Brasil?
A Selic elevada no Brasil também está relacionada a fatores estruturais. O alto endividamento público, as incertezas sobre o sistema tributário e questões políticas contribuem para a necessidade de manter os juros em patamares elevados.
Segundo o economista André Braz, da FGV, a taxa de juros neutra — que não aquece nem esfria a economia — é estimada em 4,75% mais a inflação no país. Contudo, a percepção de risco econômico pode aumentar ainda mais essa margem.
O impacto na vida dos brasileiros
Para a população, a Selic elevada significa crédito mais caro e prestações maiores, o que afeta tanto empresas quanto consumidores. Por outro lado, quem possui recursos disponíveis encontra na poupança e em aplicações financeiras uma forma de proteger seu patrimônio e até obter ganhos.