A Polícia Federal (PF) apresentou novas evidências que conectam servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a um esquema ilegal de espionagem e desinformação com o objetivo de sustentar Jair Bolsonaro no poder. O relatório aponta que os envolvidos disseminaram informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro e atacaram instituições democráticas.
Estrutura paralela na Abin
Segundo a investigação, uma estrutura de inteligência paralela foi criada dentro da Abin para facilitar ações que buscavam desestabilizar o Estado Democrático de Direito. Servidores da agência teriam agido sob uma divisão de tarefas para monitorar adversários políticos e comprometer o funcionamento do Judiciário.
Entre as ações destacadas está a tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e a articulação de estratégias para sustentar Bolsonaro no poder. A PF também sugere que esses esforços tinham como objetivo restringir o papel do Judiciário, atacando magistrados e outras autoridades.
Conexões com a trama golpista
A investigação está na fase final e pode ser encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda neste ano. As provas indicam que os servidores agiram em coordenação com integrantes do governo Bolsonaro. A análise de documentos e depoimentos aponta ligações entre o esquema na Abin e o plano de golpe de Estado revelado anteriormente.
Entre os indiciados no caso está o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, que teria usado sua posição para contribuir com o esquema. Outras 36 pessoas, incluindo o próprio Bolsonaro, já foram indiciadas no inquérito relacionado à tentativa de golpe.
Monitoramento de autoridades
Além da disseminação de desinformação, a estrutura da Abin teria monitorado autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. A PF suspeita que o esquema incluiu planos para eliminar adversários políticos e interferir diretamente na transição de poder.