O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (26) retirar o sigilo do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil em dezembro de 2022. Além disso, Moraes enviou o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise e possíveis desdobramentos.
Encaminhamento à PGR marca nova etapa
A medida tomada por Moraes segue o protocolo do STF, que confere à PGR a responsabilidade de avaliar investigações criminais e determinar os próximos passos. O relatório da Polícia Federal (PF), que possui 884 páginas, aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas como indiciados por crimes relacionados à trama.
A PGR, sob o comando do procurador-geral Paulo Gonet, deverá decidir se formaliza as denúncias, arquiva o caso ou solicita novas diligências. Segundo fontes próximas à Procuradoria, é quase certo que Bolsonaro será denunciado, mas essa formalização deve ocorrer somente em 2025.
Acusações graves no relatório da PF
O inquérito conduzido pela Polícia Federal revelou detalhes alarmantes sobre o suposto plano golpista. De acordo com as investigações, a trama incluía a manutenção de Bolsonaro no poder por meio de ações extremas, como os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes.
Os documentos apontam a participação de integrantes do governo Bolsonaro, auxiliares e militares na elaboração do plano, que teria sido articulado nos últimos meses de 2022.