Perda auditiva aumenta o risco de Alzheimer? Entenda a relação

Perda auditiva pode levar a sobrecarga cognitiva, mudanças na estrutura cerebral e isolamento social, fatores relacionados ao surgimento de demências. Uso de aparelhos auditivos e detecção precoce de dificuldades para ouvir ajudam a reduzir risco.

Nos últimos anos, diversos estudos estabeleceram uma ligação entre a perda auditiva e demências como o mal de Alzheimer. Os mecanismos dessa associação ainda não são tão claros, mas algumas hipóteses são consideradas por estudos. “Por exemplo, uma possibilidade levantada pelas pesquisas é que os indivíduos com perda auditiva, por necessitarem de mais atenção para absorverem as informações, têm uma sobrecarga cognitiva, e, portanto, podem esgotar mais facilmente sua reserva cognitiva”, diz a Dra. Nathália Prudêncio, médica otorrinolaringologista e especialista em tontura e zumbido. “Além disso, estudos demonstraram que indivíduos com perda auditiva dedicam mais recursos neurais para facilitar o processamento auditivo em detrimento de outros processos cognitivos, como a memória de trabalho”, acrescenta.

Existem ainda outros fatores de rotina também podem contribuir para esse fenômeno, segundo a especialista. “Outra hipótese considerada por estudos é que a perda auditiva pode induzir mudanças detectáveis na estrutura cerebral, o que pode, por sua vez, aumentar o risco de demência”, detalha a otoneurologista, que acrescenta que o isolamento social, causado pela perda auditiva, também é um fator de risco para a demência. “A perda auditiva impõe ao paciente dificuldades na sua comunicação, principalmente em ambientes com um maior número de pessoas. É difícil para o paciente absorver e processar a informação auditiva. Por várias vezes, ele precisará pedir que as pessoas repitam o que falaram ou então vai fazer parecer que entendeu a informação para não incomodar. Por não conseguir interagir, o paciente passa a evitar esse tipo de situação. E alguns estudos demonstram que redes sociais precárias, apoio social reduzido e solidão aumentam o risco de demência.

Tratamentos – Quando se fala em tratamentos para a perda auditiva, logo se imagina a necessidade do uso de aparelhos auditivos, mas, segundo a Dra. Nathália, essa adoção deve ocorrer com base na necessidade de cada paciente. “Não existe uma regra exata de quando se deve iniciar o uso de aparelho auditivo, mas hoje já sabemos que quanto antes adaptarmos o paciente ao aparelho auditivo mais fácil será esse ajuste e adaptação. Portanto, mesmo diante de perdas leves e moderadas já podemos considerar o uso de aparelhos auditivos, principalmente se o paciente já nota alguma dificuldade em ouvir ou algum outro sintoma da perda auditiva, como zumbido”, pontua.

Essa tecnologia pode ser um ponto crucial para diminuir o risco de demência. “Os aparelhos são capazes de amplificar frequências auditivas que o paciente já não ouve bem, devolvendo os sons de forma adequada ao ouvido do paciente”, declara a especialista. “Alguns estudos observacionais sugeriram que os aparelhos auditivos podem atenuar o início da demência, possivelmente por meio da diminuição da carga cognitiva ou da correção da privação sensorial em pessoas com perda auditiva.”

De forma geral, a Dra. Nathália Prudencio ressalta a necessidade de prestar atenção aos sinais da perda auditiva, como forma de prevenir, ou tratar, muitas outras questões subjacentes que podem ter relação, como a demência.  “Por isso, é tão importante que os pacientes estejam atentos aos sinais, que incluem: dificuldade de entendimento da fala, necessidade de aumento do volume de aparelhos eletrônicos, zumbido e dificuldade em acompanhar uma conversa em ambientes com ruídos ou com várias pessoas conversando ao mesmo tempo”, finaliza.

FONTE:*DRA. NATHÁLIA PRUDENCIO: Médica otorrinolaringologista, especialista em tontura e zumbido. Fez especialização e mestrado em otoneurologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Com foco no diagnóstico e tratamento de distúrbios do equilíbrio e transtornos auditivos causadores de zumbido, a médica possui título de especialista em Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez residência Médica em Otorrinolaringologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). CRM-SP 203299 | Instagram: @dranathaliaprudencio

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