O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou alta de 0,56% em outubro. O aumento, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi fortemente influenciado pelos preços da energia elétrica e das carnes. Com esse resultado, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 4,76%, superando o teto da meta de 4,5% estabelecida para 2024.
A energia elétrica residencial teve alta de 4,74% em outubro, respondendo pela maior pressão inflacionária do mês. Essa elevação é consequência da aplicação da bandeira tarifária vermelha no patamar 2, o que acrescentou uma cobrança de R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Esse acréscimo impactou significativamente o grupo de Habitação, que subiu 1,49%.
As carnes, por sua vez, também mostraram um aumento expressivo, com alta de 5,81% no mês. Segundo o IBGE, fatores como mudanças climáticas e uma oferta reduzida de animais para abate, além do aumento das exportações, contribuíram para o aumento nos preços. Itens como acém, costela e contrafilé registraram altas de até 9%, tornando-se um peso significativo no orçamento das famílias.
Outros grupos impactados
Além de Habitação e Alimentação, outros grupos de despesas também apresentaram variações importantes no IPCA de outubro. O grupo Artigos de Residência subiu 0,43%, enquanto Despesas Pessoais avançou 0,70%. Por outro lado, o setor de Transportes apresentou uma leve deflação de 0,38%, influenciada pela redução no preço das passagens aéreas devido a promoções realizadas no período.
Comparativo com expectativas do mercado
O resultado de outubro veio um pouco acima das previsões de especialistas do mercado financeiro, que esperavam uma inflação em torno de 0,53% para o mês. Essa diferença reforça as preocupações com o cenário inflacionário, uma vez que a inflação acumulada até outubro, de 3,88%, aproxima-se rapidamente do teto da meta para o ano.