Zambelli é internada e não irá mais depor nesta quinta (26)

Zambelli é internada e não irá mais depor nesta quinta (26)
Entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, Delgatti teria invadido várias vezes dispositivos utilizados pelo Poder Judiciário – Reprodução Bluesky (@np-oficial.bsky.social‬)

A deputada iria depor sobre o inquérito do hacker

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) não comparecerá à audiência de instrução da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), na qual responde por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir dados falsos. Em comunicado, a congressista informou que está internada em um hospital em São Paulo após um mal-estar.

Entretanto, Zambelli ainda não possui previsão de alta. Recentemente, a deputada realizou exames para investigar arritmia cardíaca. O interrogatório seria esta quinta-feira (26), com o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, como condutor. A deputada enfrenta acusações de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O hacker Walter Delgatti Neto também deveria ser interrogado na mesma data, sendo réu no mesmo processo.

O interrogatório representa a última fase da instrução, etapa em que são o recolhimento das provas e realização das diligências. Antes dos réus, as testemunhas de acusação e defesa são ouvidas. As testemunhas de defesa prestarão depoimento nesta quinta (26). As de acusação deram o depoimento na segunda-feira (23).

De acordo com a CNN, a defesa de Zambelli alega sua inocência, enquanto Walter Delgatti é réu confesso.

Contexto do Caso

Anteriormente, Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a deputada por falsidade ideológica e invasão aos sistemas da Justiça. A Primeira Turma do STF aceitou a denúncia em maio deste ano, tornando Zambelli ré no processo. A investigação revelou que Zambelli e Delgatti inseriram documentos falsos no sistema do CNJ, como um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, Delgatti teria invadido várias vezes dispositivos utilizados pelo Poder Judiciário e adulterou informações e emitiu documentos ideologicamente falsos. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o objetivo era “gerar um ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira para obter vantagens políticas, participando ativamente da produção de ordens judiciais falsas”.

A PGR também citou um relatório da Polícia Federal, que confirmou que Delgatti “trabalhava para a denunciada (Zambelli)” e tinha acesso a informações de servidores associados à parlamentar. Além disso, a acusação apontou que os pagamentos aconteciam por meio de um terceiro — Jean Hernani, funcionário do gabinete de Zambelli, que não recebeu denúncias.

O intuito da ação, conforme a PGR, era obter “vantagem de ordem midiática e política, desmoralizando o sistema de Justiça e causando danos ao funcionamento da administração judiciária”.