Caso não houvesse a desigualdade racial, o Brasil iria arrecadar R$103 bilhões
No Brasil, o mercado de trabalho enfrenta a desigualdade racial, o que causa impactos no salário de pessoas negras. De acordo com uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper (NERI), o salário médio de um trabalhador negro é 42% menor que o de colaboradores brancos em 2024.
De acordo com a CNN, o rendimento é de R$ 2.858 e R$ 4.956, respectivamente, em média no segundo trimestre deste ano. A diferença afeta gênero também, pois mulheres negras recebem 40,26% menos.
Ainda assim, segundo o estudo, houve uma melhora no cenário, pois esses grupos que sofrem com a desigualdade começaram a aparecer no ciclo econômico. Entretanto, o acesso às vagas formais continuam desiguais, com uma taxa de desemprego 1,4 maior. O estudo apontou que a taxa de desemprego no Brasil, neste ano, é de 5,35%.
“No entanto, homens brancos registraram uma taxa de apenas 3,5% enquanto, as mulheres negras apresentaram a maior taxa de desemprego, 7,95%”, explicou a pesquisa. De acordo com o Insper, no ano de 2024, quase R$ 103 bilhões seriam ganhos caso pessoas negras tivessem salários e taxa de emprego semelhantes aos de pessoas brancas.
“Desse montante, aproximadamente R$ 14 bilhões se devem à discriminação no mercado de trabalho”, afirmou o levantamento. O instituto afirmou que o país enfrenta a pobreza por conta da desigualdade. “Em particular, o montante estimado perdido devido à discriminação — entendida de forma restrita como tratamento diferenciado — revela o potencial retorno de campanhas voltadas para o combate do racismo”, finalizou o Insper.