Hoje, 14 de agosto, é Dia de Combate à Poluição, um tema de preocupação mundial, pois envolve o futuro do planeta em diversos aspectos – e também está relacionado à nossa saúde, inclusive à saúde reprodutiva. “Os agentes ambientais tóxicos são substâncias nocivas (produtos químicos, metais, poluentes) encontradas na água, ar, solo, alimentos e produtos de consumo. Você pode ou não saber que foi exposto. Com anos de exposição, essas toxinas podem se acumular e causar mudanças em seu corpo. Agentes ambientais tóxicos podem afetar a fertilidade alterando os hormônios e o ciclo menstrual de uma mulher, interferindo na qualidade do espermatozoide ou causando alterações no desenvolvimento de um feto ou uma criança. Alguns agentes podem passar de uma mulher grávida para o feto e podem levar a mutações genéticas”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e sócio-fundador do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana.
Um dos poluentes mais perigosos é o material particulado 2.5 (PM 2.5), menor que 2,5 micrômetros, ou seja, trinta vezes menor que a espessura de um fio de cabelo humano. As partículas provêm de usinas elétricas, fábricas e veículos; ou seja, a poeira, a queima de combustíveis e os veículos automotores são as principais fontes desse tipo de poluente. “Segundo estudos, a exposição gestacional a partículas finas (PM 2.5) de poluentes está associada a um aumento da probabilidade de perda da gravidez em diversas regiões do mundo. Além disso, homens e mulheres que trabalham ao ar livre em cidades grandes têm maior dificuldade para engravidar (agentes de trânsito, taxistas, motoristas de ônibus etc.)”, diz o Dr. Rodrigo. “O excesso de exposição a produtos químicos provenientes da poluição e de agrotóxicos pode induzir a diversos tipos de danos no DNA, levando, então, a mutações que inviabilizam o espermatozoide e contribuem para a infertilidade masculina. Indivíduos que são portadores de alelos que comprometem os mecanismos de defesa, como o sistema antioxidante, são ainda mais suscetíveis a esses danos”, completa o médico. “Além disso, vários produtos químicos e seus metabólitos podem alterar a expressão de genes, inibindo-os ou ativando-os em excesso. É o caso do gene SHBG, que possui alelos que estimulam a expressão e, consequentemente, a maior produção de SHBG, o que pode levar à diminuição dos níveis de testosterona”, acrescenta o médico.
Infelizmente, todos têm alguma exposição a substâncias tóxicas. “No entanto, as pessoas que vivem em áreas com maior poluição, aqueles que trabalham ao ar livre ou com pesticidas, aqueles que trabalham com produtos químicos, radiação ou metais pesados no local de trabalho e aqueles que vivem em áreas economicamente desfavorecidas podem ter maior exposição. É difícil prever ou medir os níveis de exposição”, diz o médico. “Evitar a exposição no local de trabalho pode ser possível usando roupas e equipamentos de proteção”, recomenda.
O que posso fazer para minimizar os efeitos?
Segundo o Dr. Rodrigo, a exposição a poluentes não pode ser totalmente evitada. “Ela acontece todos os dias em diferentes quantidades, múltiplas situações e por muitos anos. Mas para reduzir a probabilidade de exposição, podemos:
- Escolher alimentos com menos exposição a pesticidas, como frutas orgânicas, vegetais, peixes e carne;
- Usar luvas, óculos e equipamentos de proteção ao trabalhar com produtos químicos;
- Evitar produtos químicos conhecidos por serem tóxicos se você estiver tentando engravidar ativamente (embora isso não mude a exposição anterior) e verificar se há tinta à base de chumbo em sua casa para evitar a exposição;
- Reduzir a quantidade de alimentos processados e fast food que você come;
- Comer quantidades menores de peixes de águas profundas para minimizar a exposição ao mercúrio, especialmente se estiver tentando engravidar ou estiver grávida.”
Quão preocupados devemos estar?
Combater a poluição é um compromisso de todos, mas, quando o assunto é fertilidade, você deve estar ciente de que o que você come, onde você mora e seu ambiente de trabalho podem afetar sua exposição a agentes ambientais tóxicos. “Alguns tipos de exposição estão fora de seu controle. Para limitar a exposição que você pode controlar, comece registrando o que você come, os produtos de limpeza que usa e os produtos químicos ao seu redor. Leia os avisos dos rótulos, procure aconselhamento sobre possíveis efeitos e pense nas mudanças que você pode fazer para reduzir sua exposição”, diz o médico. Por fim, o especialista enfatiza que um estilo de vida saudável, adotando uma alimentação balanceada, dormindo bem e praticando exercícios físicos regularmente, é a melhor maneira de manter o bom funcionamento do organismo e, assim, melhorar a fertilidade e as chances de sucesso na gravidez. “E, sempre que um casal tiver dificuldade para engravidar após um ano de tentativa, o melhor a fazer é buscar a ajuda de um médico especialista em Reprodução Humana”, finaliza.
FONTE:
Dr. Rodrigo Rosa: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa
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