EUA negociam anistia para Maduro se ele deixar o poder; entenda

Autoridades políticas indicam que o Brasil está envolvido nos esforços dos Estados Unidos para alcançar um objetivo estratégico em relação a Maduro

EUA negociam anistia para Maduro se ele deixar o poder; Entenda
Maduro está disposto a negociar desde que haja respeito pelos assuntos internos da Venezuela – Foto: Instagram

Os Estados Unidos estão explorando a possibilidade de oferecer anistia política a Nicolás Maduro, presidente da Venezuela há 11 anos. Mas isso só caso ele concorde em deixar o cargo. Essa informação foi revelada em uma reportagem exclusiva do The Wall Street Journal, publicada no domingo (11).

Segundo o portal Terra, o governo dos EUA está considerando a oferta de um perdão político para Nicolás Maduro e seus principais aliados, que enfrentam acusações pelo Departamento de Justiça.

Além disso, as autoridades norte-americanas estariam dispostas a oferecer um acordo que inclui não prosseguir com a extradição desses indivíduos. Essa postura nasceu da tentativa de persuadir Maduro a deixar o poder antes do fim de seu mandato em janeiro. Ou seja, é perceptível que os EUA estão dispostos a negociar amplamente para alcançar esse objetivo.

A eleição na Venezuela ocorreu em julho, e, no cenário político atual, a oposição afirma ter vencido o pleito. Contudo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aliado de Nicolás Maduro, declarou o presidente em exercício como vencedor. No entanto, a ausência da divulgação das atas eleitorais, documentos essenciais que registram os votos e os resultados por local de votação, complica a situação.

Planejamento dos EUA em relação a Maduro

Durante negociações secretas realizadas em Doha no ano passado, as autoridades dos Estados Unidos já teriam oferecido uma anistia a Nicolás Maduro, mas ele rejeitou a proposta. Fontes próximas aos círculos políticos indicam que, apesar de manter sua posição, Maduro está disposto a negociar desde que haja respeito pelos assuntos internos da Venezuela. “Não mexa nos assuntos internos da Venezuela, é tudo o que peço”, declarou ele em uma coletiva de imprensa recente.

Além disso, o jornal revelou que Brasil, México e Colômbia, os três países mais populosos da América Latina, estão sendo envolvidos na tentativa dos EUA de lidar com a situação. A estratégia é que esses países adotem uma postura mais rigorosa em relação a Maduro, pressionando-o a fornecer provas de sua vitória nas eleições. Maduro deverá tomar posse da presidência da Venezuela em cinco meses.