Deputada do PSOL pede ‘paz na política’ após ameaças de morte

A deputada Talíria Petrone acusou um homem de fazer ofensas racistas e ameaças a outros pré-candidatos à prefeitura de Niterói

Deputada do PSOL pede ‘paz na política’ após ameaças de morte
Talíria Petrone é militante do movimento feminista negro, socialista, professora de história pela UERJ e mestre em Serviço Social e Desenvolvimento Social – Foto: Instagram @taliriapetrone

Nesta terça-feira (30), a deputada federal Talíria Petrone (PSOL) prestou depoimento depois de receber uma ameaça de morte por e-mail. Ainda assim, o remetente afirmou que, se não retirarem a candidatura dela à prefeitura de Niterói (RJ), ele matará a parlamentar e seus assessores.

O homem fez ofensas racistas, utilizando termos como “macaca” e “favelada”, e também mencionou os filhos da deputada. Além disso, o suspeito criticou a milícia por não ter matado a parlamentar, chamando-os de “burros”.

“Talíria Petrone, sua aberração, macaca fedorenta, cabelo de ninho de passarinho, favelada! Eu juro que se você não renunciar a seu mandato de deputada e à sua candidatura a prefeita de Niterói, e abandonar a política, vou comprar uma pistola 9 mm no Morro do Engenho, aqui no Rio de Janeiro, e vou te matar”, pontua o suspeito.

Segundo a deputada Petrone, enviaram o e-mail no dia 25 de julho para o endereço corporativo da Câmara dos Deputados. E também para o e-mail de sua agenda. “Se não der para te matar no seu gabinete, tenho um plano B, vou invadir o primeiro debate que você tiver com o Rodrigo Neves e o Carlos Jordy com minha 9 mm e vou matar vocês três com tiros na cara”, completou o homem.

Declaração da Deputada Talíria Petrone

Em entrevista ao site IstoÉ, Talíria Petrone declarou que continuará com sua pré-candidatura e considerou a ação do suspeito como inadmissível. Em suma, a Polícia Federal já iniciou um inquérito para investigar o crime, e a Polícia Civil também está envolvida na apuração.

Talíria Petrone afirma que: “A gente precisa de paz na política, ela constitui a política e deve ser celebrada, mas esse tipo de violência é admissível em qualquer contra qualquer pessoa que deseja fazer política no nosso país”. Além disso, ela diz não ser a primeira vez em que recebe ameaças de morte e que são bem recorrentes desde 2016. E que ainda assim, avalia a necessidade de reforço na segurança pessoal, que já conta com carro blindado e seguranças.

“Acho um absurdo eu ter que estar nesse lugar. Constituí um mandato eleito com 400 mil votos, com muitos feitos e eu ser obrigada a estar nesse lugar de ameaçada, de vítima de uma tentativa de interdição do meu exercício político. É um horror”, concluiu.