Com o inverno no Hemisfério Sul, a Patagônia enfrentou o frio frequente. Entretanto, neste ano, a condição chegou ao seu extremo e recebeu o registro “incomum”. Isso porque o frio fez com que patos morressem congelados em lagoas e ovelhas ficarem presas na neve.
Essa situação fez o serviço militar local levar alimentos para os animais e as pessoas que residem na região. De acordo com o G1, essa onda de frio em julho foi a segunda em três meses na área. Segundo o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (SNM), o local está com o alerta meteorológico amarelo, por conta do risco de dano.
“Esse é um fenômeno incomum”, afirmou Raúl Cordero, climatologista da Universidade de Santiago do Chile. O especialista estimou que as temperaturas extremas poderão permanecer durante a temporada de inverno e que a onda de frio poderá acontecer novamente.
Este frio aconteceu por conta da chegada de ar frio da Antártida. A alta pressão no extremo sul do continente puxou o ar polar e levou para o norte. “A fraqueza incomum do vórtice polar antártico aumenta a probabilidade de que as massas de ar polar escapem para as áreas habitadas do hemisfério sul. Em outras palavras, a probabilidade de ondas de frio aumenta”, explicou Cordero.
Mudança climática
Entretanto, além disso, o frio extremo também pode ter acontecido por conta das mudanças climáticas. O Centro Woodwell de Pesquisas Climáticas em Massachusetts, nos EUA, realizou um estudo em 2012 que sugeriu a possibilidade de que, por conta do aquecimento acelerado do Ártico, as correntes de ar que controlam o clima foram afetadas. Isso causaria um aumento na probabilidade de eventos extremos em latitudes medianas.
Outro estudo, publicado em 2021, feito por especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), também nos EUA sugeriu a probabilidade de que o aquecimento do Ártico contribuiu para a presença de invernos e um frio mais rigoroso no país.