Cocaína encontrada em tubarões não seria produzida no Rio; entenda

O estudo envolveu cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele foi publicado na edição de julho da revista científica Science of The Total Environment

Cocaína encontrada em tubarões não seria produzida no Rio
O estudo detectou a presença de cocaína em 13 tubarões – Reprodução X (@cassao)

A cocaína que contaminou tubarões não teria sido produzida no território do Rio de Janeiro. A conclusão das investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro foi de encontro com o estudo que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Esta que sugeriu que a contaminação aconteceria por conta de refinarias clandestinas da região.

O estudo original detectou cocaína em 13 tubarões da espécie Rhizoprionodon lalandii, popularmente conhecido como “tubarão-bico-fino-brasileiro”. No caso, a coleta dos animais aconteceu no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da cidade fluminense, entre as datas de setembro de 2021 e agosto de 2023.

As hipóteses sobre o surgimento da cocaína

De acordo com a CNN, a pesquisa sugeriu que o esgoto sanitário despejar altas quantidades de cocaína no mar. Desta forma, a substância entraria em contato com a vida marinha. Os pesquisadores acreditaram que seriam os laboratórios clandestinos de refino de droga que despejariam cocaína pura nos trechos do Canal de Sernambetiba.

Enquanto isso, a Polícia Civil afirmou que o tráfico local importaria de outros estados. Além disso, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) manteria o monitoramento com o apoio de outras unidades e a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), no combate à entrada e comercialização da droga.

No entanto, outra hipótese dos pesquisadores seria de que a cocaína que contaminou os tubarões chegou ao mar pela urina dos usuários, via esgoto. Isso porque, em 12 dos 13 animais em análise, apareceram concentrações altas do principal metabólito da substância benzoilecgonina. O composto seria resultado da metabolização da cocaína no organismo e que a urina descartaria.

A pesquisa contou com a colaboração de estudiosos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os resultados apareceram na edição de julho da revista científica Science of The Total Environment.