Poder Saúde: As dicas milagrosas das blogueiras e influencers sobre fertilidade podem atrasar seu tratamento

Informações falsas na internet sobre superalimentos, suplementos e até complexos vitamínicos para fertilidade podem ser altamente prejudiciais.

Buscar informações sobre fertilidade na internet pode parecer um campo minado, dependendo de onde a busca é feita. “Os tópicos sobre fertilidade na internet, infelizmente, muitas vezes transitam por um labirinto de conselhos e sugestões equivocadas. O tema é delicado, pois quem está tentando engravidar enfrenta um turbilhão de emoções e pode ser facilmente ludibriado por informações falsas”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, médico especialista em Reprodução Humana e diretor clínico da clínica Mater Prime.

Segundo o médico, a questão alimentar é sempre um ponto espinhoso. “O primeiro elemento importante a ter em consideração ao iniciar a sua jornada rumo à fertilidade é compreender a ligação entre nutrição e fertilidade. O papel da dieta para a fertilidade é bem estabelecido no que diz respeito ao padrão alimentar total do indivíduo, com maior ingestão de frutas, verduras e macronutrientes na porção ideal e individualizada. Mas é importante que fique claro: não existe um superalimento milagroso”, ressalta o médico.

Está na moda a chamada ‘medicalização dos alimentos’, o que, de acordo com o especialista, é um erro que leva muitas pessoas a acreditarem que um único alimento é a chave para a fertilidade. “Alimentos como abacates, nozes e frutas vermelhas são frequentemente rotulados como promotores da fertilidade. Esses alimentos são nutritivos e benéficos para a saúde geral, mas você não pode confiar em um único alimento que garanta maior fertilidade. Uma dieta equilibrada, rica em vitaminas, minerais e antioxidantes, é mais benéfica do que concentrar-se em ‘superalimentos’ específicos”, diz o Dr. Rodrigo, que pondera que a infertilidade pode ter diversas causas – e o médico especialista é o profissional correto para diagnosticar.

Outra questão importante a ser considerada é com relação aos ‘suplementos nutricionais milagrosos’. “Embora os suplementos possam desempenhar um papel no tratamento das deficiências nutricionais, eles não podem substituir os benefícios de uma dieta equilibrada. Eles devem complementar e não substituir uma dieta nutricionalmente rica”, lembra o especialista.

Produtos que viralizam na internet na mão de influencers também merecem atenção. Recentemente, um produto chamado Vita Baby gotas era anunciado por influenciadoras como milagroso, mesmo com proibição de propaganda feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “As fórmulas que se dizem naturais, mas sequer informam o que têm, podem causar problemas. O fato de omitir a formulação já torna o produto perigoso para pacientes com alergias, por exemplo”, diz o Dr. Rodrigo.

Todas essas informações falsas podem custar tempo aos pacientes. “E, para a mulher, tempo é óvulo – já que a idade é uma bomba-relógio e diminui gradativamente a fertilidade afetando a quantidade e a qualidade dos óvulos”, comenta o especialista.

O médico também destaca que, para quem está tentando engravidar, informações sobre limpeza genética com novos hábitos de vida, propagadas por blogueiras famosas, também podem gerar mais estresse aos casais. “A capacidade de ‘zerar’, resetar, os genes dos filhos através do estilo de vida é um grande mito, sem qualquer comprovação científica”, explica o Dr. Rodrigo Rosa.

Outra ideia equivocada, segundo o especialista, diz respeito ao rejuvenescimento ovariano, que consiste em tentar reverter o processo natural de envelhecimento dos ovários por meio de técnicas que ainda estão sendo estudadas, mas sem comprovação. “Inclusive, estudos recentes deram conta de que o tratamento de rejuvenescimento ovariano, na maioria dos casos, não correspondeu a resultados satisfatórios”, comenta.

Mas, o que fazer afinal? “É fundamental procurar um médico especialista em reprodução humana, que poderá indicar tratamentos que tenham sua eficácia comprovada com maiores taxas de sucesso, como é o caso da inseminação artificial e da fertilização in vitro (FIV)”, finaliza o especialista.

Fonte:
Dr. Rodrigo Rosa: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa

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