Andréia Sadi relembra início de carreira na cobertura política

“Tive que me masculinizar”, disse a jornalista sobre a problemática de se destacar enquanto mulher na cobertura jornalística de política

Andréia Sadi relembra o início de sua carreira na cobertura política
Andréia Sadi – Foto: Instagram @sadiandreia

A jornalista Andréia Sadi contou em uma entrevista que esse processo de “se masculinizar” foi acontecendo naturalmente, numa tentativa de impor respeito no âmbito profissional.

“Sempre ficava pensando em como deveria ir vestida para fazer uma cobertura. Eu era jovem demais, e chegar a Brasília muito garota naquele ambiente de pessoas mais experientes na política… Isso me colocava em teste o tempo todo. Foi minha arma e meu escudo. Tive que me masculinizar no sentido tradicional que a gente conhece: usava calça, tirava brinco, prendia o cabelo…”, afirmou Sadi, durante participação no Power Trip Summit – reunião de grandes lideranças femininas promovida pela revista Marie Claire.

Depois de um longo período imitando colegas que considerava exemplos, Andreia Sadi resolveu começar a relatar os acontecimentos que cobria de uma forma mais descontraída. Era como se estivesse em uma conversa informal o que a ajudou a conquistar a simpatia do público.

“As pessoas começaram a se identificar. A intenção da política é de que as pessoas não a entendam. Meu propósito sempre foi o contrário de ser professoral, mas de aproximar, porque é da nossa conta o que está acontecendo em Brasília. Se você não entender, não tem como participar”, explicou.

Sobre machismo

O machismo no mercado de trabalho é marcado por diversos desafios, incluindo a discriminação de gênero e a desigualdade salarial. Mesmo quando possuem qualificações equivalentes, às mulheres frequentemente ganham menos que os homens. Além disso, enfrentam preconceitos e estereótipos que questionam suas competências e capacidades, e são sub-representadas em cargos de liderança. E mais, na maioria das vezes lidam com ambientes de trabalho hostis, onde o assédio e a discriminação são comuns, afetando negativamente sua saúde mental e produtividade.

Ela lamenta que a eleição de mulheres na política brasileira ainda enfrenta obstáculos complicados, o que, em sua opinião, reflete uma parte da sociedade que ainda se recusa a progredir. “A política é dominada por homens em todas as esferas, e eles não têm interesse em promover políticas de inserção porque têm interesse na manutenção das hierarquias. Ninguém vai dizer isso em lugar nenhum, mas, no fundo, querem que homem continue mandando e mulher obedecendo”, exclamou a jornalista.

Para combater esses estigmas, é necessário um esforço coordenado entre políticas governamentais, empresas e a sociedade. Implementar políticas de igualdade salarial é crucial para garantir que homens e mulheres sejam remunerados de forma justa. Além disso, promover a diversidade e inclusão através de programas específicos pode ajudar a aumentar a representatividade feminina em todos os níveis organizacionais. Políticas de flexibilidade no trabalho, que permitam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, são igualmente importantes para reduzir a sobrecarga das mulheres e fomentar um ambiente de trabalho mais equitativo e agradável.

Andreia acredita que ao se unir a suas colegas femininas a ajudou a entender e se estabelecer na área que escolheu atuar.”O poder dos homens está em estimular a competição e a rivalidade entre nós. No trabalho, quando nos unimos, nos tornamos imbatíveis”, finalizou.