Divulgado nesta sexta-feira (24), o levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: covid-19, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a maioria dos não vacinados contra a covid-19 são crianças e adolescentes.
O principal motivo para essa não vacinação, segundo pais e responsáveis, é o temor de possíveis reações adversas. Outras justificativas incluíram: “Não considera necessário, acredita na imunidade” (21,7%), “falta de confiança ou crença na vacina” (16,9%), “orientação do profissional de saúde” (6,4%) e “indisponibilidade da vacina desejada” (5,7%). Outros 9,8% dos entrevistados indicaram que nenhuma dessas categorias refletia o motivo da não vacinação das crianças e dos adolescentes, segundo dados do Estadão.
Embora a vacinação tenha se concentrado em adultos e idosos, a importância de proteger as crianças e adolescentes não pode ser negligenciada, principalmente com a reabertura de escolas e a retomada das atividades sociais pós pandemia. Os especialistas enfatizam a necessidade de campanhas de conscientização e estratégias para incentivar a vacinação nessas faixas etárias, garantindo assim uma maior cobertura vacinal.
Além disso, a baixa adesão à vacinação entre crianças e adolescentes pode ser atribuída a vários fatores, incluindo a hesitação dos pais, a falta de acesso a informações confiáveis sobre a segurança e eficácia das vacinas para esses grupos etários, bem como a desigualdade no acesso aos serviços de saúde. Portanto, é crucial um esforço coordenado entre autoridades de saúde, educadores e comunidades para superar esses desafios e garantir que a vacinação seja acessível para todos.
Renato Kfouri, pediatra, infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), informa que, por ter recebido de uma até quatro doses de vacina ou já ter tido a doença, a população adulta brasileira, hoje, apresenta um quadro mais leve em comparação com a nova era pré-vacinal.
“Por outro lado, as crianças que estão nascendo agora são o único grupo que não teve oportunidade de receber uma dose de vacina ou exposição ao vírus. Quando olhamos para as taxas de incidência, esse é o segundo grupo com maior incidência de hospitalização, perdendo apenas para os maiores de 80 anos, mas quase empatando”, segundo o Estadão.