Poder Saúde: Por que os homens costumam reclamar que o botox dura pouco?

No geral, o procedimento é feito duas vezes por ano, mas isso não quer dizer que o resultado se estende por seis meses. Principalmente em homens que malham pesado ou são muito expressivos ao falar, a duração pode cair para dois ou três meses.

Muitas mulheres já estão acostumadas a aplicar toxina botulínica como uma forma de prevenir demarcações grandes em linhas de expressão. Mas, à medida que mais homens começam a apostar no procedimento, muitos deles ficam indecisos se realmente vale a pena investir no tratamento, afinal, eles costumam reclamar que o famoso ‘botox’ dura pouco. “Homens que pegam muito pesado na academia e fazem caretas na hora de levantar os pesos forçam a musculatura facial que está bloqueada pelo uso da toxina. Essa força realizada diariamente vai diminuindo os efeitos da toxina botulínica. Por isso, a duração é realmente menor. Mas, mesmo que a toxina botulínica bloqueie a musculatura por um período inferior a três meses, ela continua valendo a pena, pois esse benefício impede de demarcar as rugas mais profundamente”, explica a dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini (CRM 5253066-0/RQE 18927), membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “A partir do momento em que essas rugas já estão instaladas, o tratamento torna-se muito mais difícil. Podemos, sim, amenizar, mas uma fratura dérmica já foi estabelecida”, acrescenta a médica.

A toxina botulínica é geralmente aplicada de maneira preventiva nas rugas do olhar bravo (entre as sobrancelhas), rugas do olhar de espanto (testa) e pés de galinha (ao redor dos olhos).

“Aplicando preventivamente, tratamos os músculos faciais que o paciente usa com mais frequência, a fim de evitar a formação de rugas. A substância promove um bloqueio neuromuscular, impedindo que as sinapses nervosas cheguem ao músculo e se concentrem no local. A remoção dos movimentos musculares da face resulta em uma redução das linhas de expressão e impede que uma ruga dinâmica se torne uma ruga estática”, explica a médica. É sempre bom lembrar que esse é um tratamento que não tem indicação por idade, mas sim necessidade”, acrescenta. “Mesmo no caso de homens que fazem muita força na academia, o benefício é ficar pelo menos alguns meses sem forçar a musculatura que ajuda a demarcar as rugas”, diz a dermatologista.

Como não há idade ideal para fazer a toxina botulínica, pois algumas pessoas são menos ou mais expressivas, a Dra. Ana Maria Pellegrini ressalta que conversar com o médico sobre as expectativas do tratamento é importante. “Em alguns casos, já indico a toxina botulínica a partir dos 25 anos, principalmente em pacientes muito expressivos. Assim como a indicação, a regularidade também depende de cada caso, variando de quatro a seis meses. Além de praticantes de musculação, no caso de indivíduos muito expressivos, que costumam se expor ao sol com frequência, tabagistas, pode ser feito a cada quatro meses. Para indivíduos sem tais hábitos, com menos expressividade facial ou linhas marcadas, a cada seis meses”, diz a Dra. Ana.

A toxina botulínica é um procedimento seguro e não há nenhum risco para a saúde, desde que realizada por profissional capacitado, em condições de higiene adequada, respeitando a dose e diluição para cada indicação. “Para fugir de aspectos congelados e artificiais da aparência, é necessário que o injetor seja um médico e tenha amplo treinamento e experiência na execução dessas injeções. Ficar longe de ‘festas de botox’ também é importante. Mesmo sendo um procedimento não cirúrgico, a toxina botulínica precisa ser realizada por profissional capacitado e em ambiente estéril”, finaliza a Dra. Ana Maria Pellegrini.

 

 

Fonte: Dra. Ana Maria Pellegrini: Dermatologista especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com especialização também em Medicina Estética e Medicina do Trabalho. Membro da SBD e de diversas outras sociedades médicas nacionais e internacionais, foi presidente da distrital norte-fluminense da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Formada pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ), a Dra. Ana Maria Pellegrini é responsável técnica da clínica PELLE e comanda o podcast Questão de Pelle. Embaixadora da Galderma Aesthetics, a médica foi pioneira em procedimentos injetáveis no Brasil. Ex-coordenadora das campanhas de câncer de pele na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), hoje faz MBA em Marketing, Empreendedorismo e Gestão, além de ser participação constante em congressos nacionais e internacionais. CRM 5253066-0/RQE 18927 | Instagram: @dra.anapellegrini.dermato