Desafio da Dengue: No Rio de Janeiro, novos casos de tipo 3 aparecem enquanto São Paulo iniciou vacinação

foto Paulo Pinto/ Agencia Brasil

O Estado do Rio de Janeiro registrou os primeiros casos de dengue tipo 3 neste ano, marcando o retorno deste sorotipo que não circulava na região desde 2007. A confirmação veio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) na última sexta-feira (5). Os casos foram de uma mulher de 39 anos, residente em Paraty, e uma criança de um ano, de Maricá, ambos diagnosticados nos dias 25 e 26 de fevereiro, respectivamente. Os diagnósticos foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lancen-RJ) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sendo que as pacientes foram tratadas e estão em bom estado de saúde.

As autoridades dos municípios envolvidos investigarão se os casos são autóctones ou importados. A ausência do sorotipo 3 no estado desde 2007 amplia a parcela da população sem imunidade contra o vírus, o que requer vigilância e cuidados redobrados. A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, ressalta a importância de permanecer alerta diante dessa situação e anuncia que a SES-RJ continuará monitorando os casos e implementando medidas específicas, caso seja observada uma mudança no cenário.

Os sintomas da dengue tipo 3 são semelhantes aos dos tipos 1, 2 e 4, incluindo febre alta, dor no corpo, náuseas, entre outros. Até então, o estado vinha registrando apenas casos dos tipos 1 e 2, com predominância do sorotipo 1. O boletim mais recente sobre a dengue indica que o estado ainda se encontra em estado de emergência em saúde pública, mantendo-se no nível 3 de alerta.

Diante do cenário de alta incidência da doença, a SES-RJ mantém o decreto de epidemia de dengue. Embora haja uma tendência de queda nos números, os casos prováveis ainda são considerados elevados pelas autoridades de saúde, que monitoram a situação em todos os 92 municípios fluminenses. Até a data do comunicado, foram registrados 186.624 casos prováveis e 91 óbitos confirmados em todo o estado, com uma taxa de incidência de 1.162 casos por 100 mil habitantes.

O principal indicador epidemiológico utilizado para avaliar o nível de alerta é o Excesso de Casos (EC), que permaneceu acima de dez vezes durante três semanas seguidas, embora tenha apresentado uma tendência de queda nos últimos sete dias. As medidas adotadas pela SES-RJ incluem capacitação de profissionais de saúde, estabelecimento de salas de hidratação em unidades de pronto atendimento e envio de medicamentos e insumos para centros de hidratação nas cidades.

Foto Rovena Rosa/ agencia Brasil

Enquanto, São Paulo inicia a vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, começando nas unidades básicas de saúde de Itaquera e Vila Jaraguá, bairros com alta incidência da doença. A capital paulista recebeu 8,3 mil doses de outros municípios que tiveram excedente do imunizante, aguardando mais doses do Ministério da Saúde. É necessário apresentar comprovante de endereço para se vacinar.

Além disso, escolas estão distribuindo comunicados aos pais e responsáveis, informando sobre a doença e destacando a importância da vacinação, enfatizando sua segurança e eficácia.

Essa iniciativa ocorre em um contexto em que a capital paulista enfrenta um alto número de casos de dengue, registrando 89,1 mil casos até o dia 27 de março, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde.