Uma paralisação geral contra as políticas econômicas do governo de Javier Milei na Argentina teve início nesta quarta-feira (24), com manifestantes marchando em direção ao Congresso, em Buenos Aires. Sob o lema “o país não está à venda”, a mobilização, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), conta com adesão da Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA) e setores do peronismo. O governo implementou bloqueios para impedir a chegada dos manifestantes ao Congresso, utilizando o “protocolo antipiquetes”. Apesar disso, muitos estabelecimentos comerciais operam normalmente na capital.
A paralisação, que durará 12 horas, visa protestar contra o “decretaço”, uma Medida Provisória que altera aspectos econômicos e trabalhistas, e a lei omnibus, que concede “superpoderes” a Milei e prevê privatizações. A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, com alta inflação e grande parte da população vivendo na pobreza. O governo Milei alega que as medidas são necessárias para estabilizar a economia.
Os protestos não se limitam a Buenos Aires, ocorrendo também em Mar del Plata e na província de Misiones. O governador Axel Kicillof, político peronista e crítico do governo, participou do protesto, enquanto a ministra Patricia Bullrich condenou sua presença. Trabalhadores do transporte aéreo e caminhoneiros aderiram à paralisação, resultando no cancelamento de voos e impactando turistas. O governo Milei reagiu afirmando que a população é contra a paralisação, descontando salários de funcionários públicos participantes e destacando que a CGT está “do lado errado da história”.