Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, durante a LXIII Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum, no Rio de Janeiro (RJ). Foto : Cadu Gomes/VPR
Na abertura da reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, nesta quarta-feira, 6 de dezembro, no Rio de Janeiro, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou que a assinatura do acordo Mercosul-Singapura e a entrada da Bolívia no bloco econômico vão ampliar os investimentos e o comércio na região.
“O Mercosul está crescendo e se reafirmando no cenário internacional. O Congresso brasileiro acaba de aprovar a entrada da Bolívia ao bloco, o que permitirá mais comércio, mais investimento e mais desenvolvimento conjunto”, afirmou Alckmin. O vice-presidente avaliou que a adesão da Bolívia cria um espaço ainda mais significativo de integração regional e de possibilidades de desenvolvimento compartilhado.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lembrou que ao longo da Presidência ‘pro tempore’ brasileira do bloco, foi dada continuidade às discussões de caráter técnico sobre a agenda de incorporação de normas por parte da Bolívia, que servirá de base para a integração progressiva do governo boliviano aos foros do Mercosul de participação restrita aos Estados Partes.
“A expansão do nosso bloco, que, devo recordar, ainda depende da aprovação do Protocolo de Adesão pelo Legislativo boliviano, é sinal de que estamos avançando na direção certa”, declarou Vieira na reunião.
SINGAPURA — Na Cúpula de Líderes do Mercosul, nesta quinta-feira (7/12), está prevista a assinatura do acordo de livre comércio com Singapura. Trata-se do primeiro acordo do tipo do Mercosul em mais de dez anos e o primeiro com um país asiático.
O tratado envolve não apenas o comércio de mercadorias, mas favorece também investimentos, fluxos de tecnologia, serviços, movimento de pessoas e segurança jurídica. Alckmin ressaltou que o acordo é a porta de entrada dos integrantes do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) para a Ásia e para a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
“Essa integração fortalece os laços econômicos entre o Brasil, o Mercosul e a região asiática, criando oportunidades para maior diversificação das exportações e investimentos”, frisou o vice-presidente.
Para o ministro das Relações Exteriores, o acordo representa um importante avanço para o bloco e um marco na agenda extrarregional. “É um acordo no qual o comércio de serviços e o intercâmbio de investimentos possuem papel central. E é natural que assim seja: em 2022, Singapura foi o terceiro principal destino de investimentos estrangeiros no mundo, enquanto o Brasil esteve na quinta posição. Singapura foi o 11º principal emissor de investimentos no mundo”, ressaltou.
COMÉRCIO INTRARREGIONAL — Alckmin lembrou que os países do Mercosul juntos formam o quarto maior parceiro comercial do Brasil e cerca de 80% da pauta comercial de exportações é de produtos manufaturados e semimanufaturados. “Nossos parceiros no bloco são essenciais no projeto de neoindustrialização”, disse.
“O mundo está globalizado, mas o comércio continua a ser principalmente regional. A densidade do comércio intrabloco é um sinal de avanço na integração. Na União Europeia, cerca de 60% do comércio é intrabloco. No Mercosul, é de apenas 10%. O comércio intrabloco tem crescido, mas precisamos mudar esse quadro”, defendeu Alckmin.
UNIÃO EUROPEIA — O vice-presidente ressaltou, ainda, os avanços importantes nas negociações entre Mercosul e União Europeia, com compromissos de ambos os lados para um entendimento equilibrado no futuro próximo e a partir das bases sólidas construídas nos últimos meses de engajamento intenso.
O ministro Mauro Vieira afirmou que há expectativa de assinatura do acordo Mercosul-UE em breve. “Há ganhos a serem obtidos pelas economias do Mercosul no mercado europeu, tanto para ampliar as exportações, como para a aquisição de tecnologias que deverão aprimorar a nossa competitividade”, concluiu.