A economia da China apresentou um crescimento de 4,9% no terceiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, superando as estimativas de crescimento de 4,4% dos economistas consultados pela Reuters. Este desempenho positivo coloca a meta anual de crescimento de Pequim, que gira em torno de 5%, ao alcance.
O destaque do período foi o aumento dos gastos dos consumidores, que se mostraram fortes, impulsionando as vendas no varejo, que cresceram 5,5% em setembro. Além disso, os gastos com bens e serviços relacionados a festividades aumentaram significativamente, refletindo um otimismo do público.
No entanto, o setor imobiliário continua sendo um desafio significativo para a economia chinesa. O investimento nesse setor registrou uma queda de 9,1% nos primeiros nove meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A crise nesse setor, que já dura mais de dois anos, representa uma ameaça considerável às perspectivas de crescimento da China nos próximos anos.
Pequim implementou várias medidas para impulsionar o crescimento econômico, incluindo a redução das taxas de juros, a eliminação de restrições à compra de casas e carros, aceleração de projetos de infraestrutura e relaxamento do controle de capitais para atrair investimento estrangeiro. Esses esforços parecem estar gerando resultados, com analistas acreditando que a economia chinesa está mostrando sinais de recuperação.
A produção industrial também registrou um aumento em setembro, e a taxa de desemprego urbano caiu para 5%, o nível mais baixo desde 2021. No entanto, o desemprego entre os jovens continua sendo uma preocupação, embora a resiliência do mercado de trabalho tenha contribuído para sustentar os gastos dos consumidores.
Apesar desses sinais encorajadores, a contração contínua no mercado imobiliário é motivo de preocupação. A construção de novas habitações atingiu o nível mais baixo desde 2005, e a incerteza persiste. Diante desse cenário, as previsões de crescimento econômico para 2023 e 2024 variam, com alguns economistas prevendo um crescimento de cerca de 5%, enquanto outros mantêm cautela devido a desafios persistentes, como a alta dívida, a fraqueza no setor imobiliário e o envelhecimento da população.