A Fundação Bill & Melinda Gates anunciou nesta segunda-feira (9) que vai investir US$ 40 milhões para otimizar a produção de vacinas africanas que utilizam RNA mensageiro (mRNA na sigla em inglês), tecnologia que permitiu a produção em tempo recorde de imunizantes contra a Covid-19.
Os imunizantes tradicionais são feitos a partir de um agente infeccioso morto ou atenuado para provocar uma resposta imunológica e, assim, evitar a infecção. As vacinas com RNA mensageiro, por sua vez, utilizam determinada proteína do agente infeccioso com a mesma finalidade. A vantagem dessa tecnologia é que ela acelera a produção de vacinas, permitindo que elas sejam alteradas rapidamente para agir contra variantes mais potentes do vírus. E, por ser produzido em laboratório, o RNA mensageiro garante padronização na produção em larga escala, como aconteceu na época da pandemia.
Equidade vacinal
Ainda pode levar alguns anos até que as vacinas africanas sejam aprovadas pelas autoridades sanitárias e entrem no mercado, mas a iniciativa do casal Gates é um passo importante para a equidade vacinal. É preciso lembrar que, na época da pandemia, o continente africano tinha a menor taxa de vacinação do mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em fevereiro do ano passado, cerca de 85% de africanos ainda não haviam recebido nenhuma dose do imunizante contra o coronavírus.