Dia internacional do Alzheimer: prevenir é a chave

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Na data escolhida para a conscientização, a revista Poder online separou alguns avanços e desafios na Luta contra a doença neurodegenerativa

Em um mundo onde a expectativa de vida está em constante aumento, a doença de Alzheimer se tornou uma preocupação global. Em 21 de setembro, o Dia Internacional do Alzheimer, é importante refletir sobre os avanços recentes na pesquisa e no tratamento dessa doença neurodegenerativa que afeta mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International. Pensando nisso, a revista Poder online separou alguns pontos sobre essa doença:

A origem do nome da doença

A doença de Alzheimer recebeu seu nome em homenagem ao médico alemão Alois Alzheimer, que fez uma descoberta pioneira em 1901. O Dr. Alzheimer teve um encontro crucial com sua paciente, Auguste Deter, uma dona de casa alemã de 51 anos, que apresentava sintomas peculiares, incluindo perda de memória, afasia, desorientação e comportamento imprevisível. Durante seu acompanhamento de Auguste, o Dr. Alzheimer percebeu mudanças alarmantes em seu estado mental. Ela se tornou incapaz de reconhecer seu próprio nome e o nome de seu marido. O Dr. Alzheimer conduziu uma série de observações detalhadas e, após a morte da paciente, examinou seu cérebro em autópsia. Essas descobertas levaram à primeira descrição científica da doença que agora leva seu nome, estabelecendo as bases para a compreensão posterior da doença de Alzheimer.

Dia mundial da conscientização

O mês e o Dia Mundial do Alzheimer, organizados pela Alzheimer’s Disease International (ADI), têm como objetivo aumentar a conscientização sobre a demência e combater o estigma. Embora o impacto da campanha esteja crescendo, a estigmatização e a falta de compreensão da demência persistem globalmente, afetando dois terços da população mundial. No Brasil, o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, instituído pela Lei nº 11.736/2008, incentiva organizações e indivíduos a discutir a demência em setembro.

Diagnóstico precoce por exame de sangue

Um dos desafios mais significativos na luta contra o Alzheimer é o diagnóstico precoce. Recentemente, um avanço notável ocorreu com a introdução de um exame de sangue chamado “PrecivityAD2”. Esse teste é capaz de detectar proteínas relacionadas às placas amiloides no cérebro, oferecendo um método menos invasivo e mais acessível para identificar a doença em estágios iniciais. O diagnóstico precoce é crucial para permitir intervenções terapêuticas eficazes.

Novos medicamentos

Após um período de estagnação no desenvolvimento de tratamentos para o Alzheimer, novas terapias estão surgindo. Medicamentos como aducanumabe e lecanemabe foram aprovados nos Estados Unidos, demonstrando a capacidade de reduzir a acumulação de beta-amiloide no cérebro e retardar a progressão da doença, especialmente quando administrados precocemente. Embora essas terapias não revertam a doença, elas oferecem a esperança de um tempo adicional de funcionalidade para pacientes.

Compreensão dos mecanismos da doença

Uma pesquisa recente realizada no Reino Unido e na Bélgica lançou luz sobre como o Alzheimer causa danos aos neurônios. Os cientistas identificaram a “necroptose” como um mecanismo pelo qual as proteínas beta-amiloide e tau desencadeiam a morte das células cerebrais. Essa descoberta é fundamental, pois abre novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos direcionados a esse processo específico.

A epidemia silenciosa no Brasil

O Alzheimer é uma realidade preocupante também no Brasil, onde estima-se que 1,2 milhão de pessoas vivam com alguma forma de demência, sendo a doença de Alzheimer a causa mais comum. Além disso, o país registra cerca de 100 mil novos casos diagnosticados a cada ano. O impacto social e econômico dessa enfermidade é significativo, exigindo ações e políticas específicas para enfrentá-lo.

À medida que celebramos o Dia Internacional do Alzheimer, é encorajador observar os avanços significativos que estão ocorrendo na pesquisa e no tratamento dessa doença devastadora. No entanto, ainda há trabalho a ser feito para enfrentar os desafios remanescentes e melhorar a qualidade de vida daqueles que vivem com o Alzheimer e suas famílias.