Ex-premiê do Butão fala no Brasil de Felicidade Interna Bruta

Tshering Tobgay || Crédito: CC/WikiCommons/Flickr/Bret Hartman/TED

A convite do grupo Globo, Tshering Tobgay explicou, em evento, como conquistar altos índices desse “PIB alternativo”; ideia tornou-se mantra no ambiente corporativo

O ex-premiê do Butão, pequenino país no leste da cordilheira do Himalaia, veio ao Brasil falar daquilo que tornou o pequenino país famoso mundialmente: o índice de felicidade interna bruta.

Foi no Butão que surgiu o indicador alternativo ao PIB (produto interno bruto), hoje considerado referência em estudos acadêmicos, no mundo corporativo e, eventualmente, em políticas públicas.

Em evento organizado pelo jornal Valor Econômico e pela cadeia de emissoras de rádio CBN, bandeiras do grupo Globo, o ex-primeiro-ministro Tshering Tobgay falou que incrementar a felicidade dos habitantes de um país requer conhecer suas demandas e aflições. Parece óbvio, mas queimar essa etapa pode fazer qualquer projeto visando felicidade naufragar. O Butão realizou pesquisas com sua diminuta população (menos de 1 milhão de habitantes) ao longo da década de 2010 e em 2022.

O Valor destacou, em reportagem, uma blague comentada por Tobgay: “A boa notícia é que entre mulheres a felicidade está crescendo mais do que entre os homens. Mas a má notícia é que os homens ainda são mais felizes que as mulheres (…) E as pessoas mais felizes são as que nunca se casaram” – monges e monjas.

Muito da fala do ex-premiê foi dedicada ao ambiente corporativo, em que a ideia de que maior felicidade no trabalho significa maior produtividade tornou-se quase lugar comum na fala de executivos. E tal cenário pode ser alcançado quando empresas são “honestas”, disse Tobgay.

Ao final, o político relativizou a fama de seu país. “É preciso esclarecer: o Butão não atingiu isso [felicidade plena] (…) Somos um dos países mais pobres do mundo, medido pelo PIB. Mas em percepção de corrupção, em governança, em paz, em estabilidade, em liberdade da imprensa aparecemos bem ranqueados. No PIB estamos baixos. Nosso maior desafio é a economia.”