Com marqueteiro que elegeu Doria, Boulos inicia campanha chamando geral

Guilherme Boulos || Crédito: Reprodução

Deputado do Psol candidato a prefeito de São Paulo fala com quem pega “busão” e também com quem “fica parado ao lado dele horas no trânsito” em vídeo produzido por Lula Guimarães

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), que tem a unção de Lula e do PT nacional para ser o candidato das esquerdas à prefeitura de São Paulo em 2024, há tempos tem como interlocutor Lula Guimarães, marqueteiro responsável pelo vitória eleitoral de João Doria em 2016, quando inventou o slogan “João Trabalhador”.

(E que explorou à farta a vaga antipolítica, à toda naquele tempo de SuperMoro e outros personagens fantásticos.)

Mas há semanas a conversa escalou, e Lulinha, paulistano crescido na Zona Oeste, filho de pai piauiense e mãe cearense que fez também a campanha de Geraldo Alckmin em 2018 e de Soraya Thronicke em 2022, foi para as cabeças e está à frente da campanha de Boulos, que já está nas ruas.

(Estar nas ruas a um ano das eleições não é nada que surpreenda, uma vez que o principal oponente do deputado, o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, faz campanha praticamente desde que tomou posse, em maio de 2021).

Pois bem, os primeiros vídeos feitos por Lula para Boulos já circulam, e neles é possível notar que há um esforço para falar para amplos estratos da população paulistana. Com uma locução em off com métrica cuidadosa, quase em ritmo de rap, a peça abre indo ao ponto:

“É com você que a gente quer falar. Você que ama essa cidade e não tá feliz com o que ela te oferece (…) Você que vai e volta espremido no busão porque o dinheiro que vai nunca volta (…) A gente também quer falar com você que não tá no busão, mas que fica ali parado por horas ao lado dele porque o trânsito hoje tá mais travado do que nunca.”

E explora suposta paralisia do Poder Público, que “dorme no ponto” especialmente em relação aos problemas da região central da cidade, – ocupada por multidões de pessoas desde pelo menos a pandemia.

“São Paulo literalmente perdeu seu centro. Se eles não se mexem, é a gente tem que se mexer.”

A ideia dessa necessidade de movimento tem conexão com a campanha, que busca adesão (e ideias) de eleitores por meio de um site e caravanas do candidato pela cidade, algo que, de certa forma, lembra as caravanas da cidadania de Lula pelo sertão de Minas e Nordeste, no mesozóico.

Neste sábado (16), o candidato vai ao emblemático Capão Redondo, na primeira caravana. A segunda está marcada para um bairro um tanto mais afluente, o Ipiranga, exemplificando a dinâmica desse chamado geral.