Repercutiu menos do que o esperado, talvez porque o presidente francês, Emmanuel Macron, não tenha exatamente – como se diz? – lugar de fala. Mas sua declaração de que a França quer participar de um clube de países amazônicos, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), por meio do território ultramarino da Guiana Francesa, ainda não foi devidamente assimilada, tampouco respondida por seus homólogos dos países amazônicos da América do Sul – Brasil, Colômbia, Venezuela e Peru entre eles.
“Somos uma potência amazônica através da Guiana”, disse, na segunda (28), em evento anual com embaixadores. “A França é candidata a se juntar à Organização do Tratado de Cooperação Amazônica e ocupar seu lugar nela.”
Macron poderia ter aumentado um pouco sua intimidade com a Amazônia caso tivesse dito sim ao convite de Lula de participar da Cúpula de Belém, no começo de agosto. A questão é que ele ali seria apenas um observador, algo pouco confortável para um líder do G7, grupo, aliás, que vem sendo confrontado pelo discurso de Lula no rescaldo da Cúpula do Brics.
O líder francês, segundo o correspondente do jornal Valor Econômico, Assis Moreira, disse que gostaria de ter vindo a Belém “para explicar como financiamos a Amazônia”.
Fato é que não veio, e com isso ensejou críticas internas. O jornal Libération apontou contradição no discurso de Macron quando este recusou o convite.