A Câmara Municipal de Porto Alegre instituiu, em lei, um Dia do Patriota. Trata-se de algo que pode até gerar algum dividendo cívico – sejamos panglossianos por um dia –, mas defini-lo para o dia 8 de janeiro, aí a coisa é certamente provocação.
E foi isso que os vereadores de Porto Alegre fizeram, mesmo sem alusão, no arrazoado da lei, aos eventos lastimáveis de 8 de janeiro de 2023. O projeto é de um de vereador do PL, apoiador de Jair Bolsonaro. Nenhuma surpresa.
O evento ganhou repercussão nacional nesta sexta-feira (25), após ser noticiado nos principais veículos de comunicação. Mas até às 17h desta sexta eram poucos os que comentavam o assunto na rede social política por excelência, o ex-Twitter. A repercussão do voto contra a descriminalização do consumo de maconha de Cristiano Zanin no STF nesta quinta (24) está ocupando – e aturdindo – muito mais os comentadores simpáticos ao lulopetismo.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI de 8 de janeiro, foi uma das poucas a se posicionar claramente contra a lei porto-alegrense. “É perturbador ver promoção de evento que feriu a democracia e que entrou para capítulo das histórias mais tristes. Pátria é Nação, é Cidadania. 8/1 foi data de golpismo, de atentado contra instituições.”
O presidente da mesma comissão, deputado federal Arthur Maia (UB-BA), não tocou no assunto, mas em seu Instagram tentou ficar “deboas” com a oposição ao governo federal ao dizer que não tem autonomia para aprovar requerimentos da CPMI, tem apenas poder para pautá-los.