A Copa do Mundo de futebol feminino, que terminou domingo (20), na Austrália e Nova Zelândia, foi um evento de grande repercussão, tecnicamente bem realizado e com um campeão novato à altura do espetáculo, a Espanha, que efetivamente mostrou o melhor futebol do torneio.
Na finalíssima, venceu a Inglaterra por 1×0, coroando o novo momento da modalidade, que aponta para diminuir o “gap” econômico com o futebol masculino. Mas coube a um homem “melar” a coisa toda. O presidente da federação espanhola de futebol, Luis Rubiales, forçou um beijo na boca da craque espanhola Jennifer Hermoso quando a premiava, um ato que a jogadora de 33 anos chamou de “inesperado” e “indesejável”.
Jennifer foi às redes sociais nesta sexta (25) mostrar sua indignação, sentimento que foi precedido pela total perplexidade que a dominou ainda no estádio da final, em Sydney. Ela disse ter-se sentido “vulnerável” e vítima de um “sexista”. “Não fui respeitada”.
O manifesto desta sexta também serviu como resposta às palavras de Rubiales, que, pressionado ao longo da semana, disse que não irá renunciar a seu posto de comando na federação.
Sobre o beijo, Rubiales havia dito que conversara com a camisa 10 e que o gesto foi “mútuo”. Jennifer refutou não só o consentimento, como a conversa. Disse ainda que as “palavras” de Rubiales são “categoricamente falsas” e “parte de uma cultura de manipulação que o próprio [Rubiales] gerou.”